A população da Venezuela encontrou uma solução para driblar a inflação de 230% ao ano: abandonar a própria moeda. O bolívar praticamente desapareceu das transações diárias na Venezuela, dando espaço às stablecoins, especialmente o Tether (USDT), conhecido localmente como “dólar da Binance”.

Hoje, a versão digital do dólar é usada desde nos supermercados até para pagamento de salários. A maior parte da população tem optado por receber e pagar em criptomoedas para lidar com o colapso do sistema financeiro do país.

Esse cenário é causado pela hiperinflação, controles rígidos de câmbio e múltiplas taxas de conversão do dólar. Entre comerciantes e consumidores, o USDT na Binance já é visto como mais confiável e líquido que o bolívar ou outras alternativas oficiais, funcionando como uma âncora monetária digital imune à inflação no dia a dia.

Caso semelhante aconteceu também na Argentina. A inflação de 211% em 2023 e o controle monetário levaram a população a recorrer a mercados paralelos, conhecidos como “cavernas de cripto”, para trocar pesos por stablecoins em dólar. Nesses espaços, a ideia é preservar o poder de compra enquanto se evita os limites impostos pelos bancos e pelo governo.

Em economias fragilizadas, as stablecoins começaram a se tornar uma alternativa prática e acessível às moedas locais em colapso. Ao oferecer liquidez e estabilidade de preços, têm feito a América Latina seguir como uma das regiões com maior adoção de criptoativos no mundo.

Desempenho das principais criptomoedas

O Bitcoin opera estável a US$ 111.852 nesta segunda-feira (8), com Ethereum, Solana e XRP também em alta, enquanto investidores acompanham expectativas de cortes de juros pelo Fed.

Às 8h45, as principais criptomoedas operavam em alta; veja as cotações:

Bitcoin (BTC):  +0,55%, US$ 111.852,29

Ethereum (ETH): +0,00%, US$ 4.304,71

XRP (XRP): +3,53%, US$ 3,53

BNB (BNB): +0,51%, US$ 876,31

Solana (SOL): +4,92%, US$ 213,46

Outros destaques do dia:

TRON (TRX): +1,59%, US$ 0,3327

Principais notícias do mercado cripto

Nasdaq mira empresas que vendem ações para comprar cripto. A Nasdaq, uma das principais bolsas dos EUA, anunciou que vai intensificar a fiscalização sobre empresas que emitem ações apenas para comprar Bitcoin e outras criptomoedas, prática conhecida como tesouraria digital (DAT). O objetivo é conter companhias que levantam recursos diluindo acionistas para montar reservas de criptoativos — como Solana, Toncoin ou até o polêmico token World Liberty Financial, apoiado pela família Trump. Em casos de descumprimento das novas exigências, a bolsa ameaça até suspender a negociação ou excluir essas empresas do mercado, reforçando os riscos para quem aposta nesse tipo de estratégia.

HashKey lança fundo bilionário para tesouraria cripto. O grupo HashKey, uma das maiores gestoras cripto de Hong Kong, anunciou o lançamento de um fundo de US$ 500 milhões voltado a empresas que adotam a chamada tesouraria digital (DAT), modelo em que companhias listadas na Bolsa compram e mantêm grandes reservas de criptomoedas. A estratégia ganhou força após o caso da Strategy, que acumula mais de US$ 60 bilhões em Bitcoin, e começa a se espalhar também pela Ásia. Para o setor cripto, a movimentação sinaliza que cada vez mais empresas veem as criptos como parte central de sua estratégia financeira, o que pode fortalecer a legitimidade desses ativos no mercado global.