O Genius Act, lei americana que inaugura um marco regulatório para stablecoins e pode servir como referência global, mal entrou em vigor nos Estados Unidos e já enfrenta pressões por ajustes. A nova legislação está sendo alvo de críticas de bancos tradicionais e grupos de defesa do consumidor que se uniram para cobrar mudanças pelo Congresso. As stablecoins são uma modalidade de criptomoeda que têm lastro em moedas tradicionais, como o dólar.

As duas frentes assinaram uma carta conjunta pedindo a retirada de uma cláusula que permite que empresas emissoras de stablecoins licenciadas no nível estadual possam operar em todo o país com menos exigências que os bancos tradicionais. Para os signatários, isso abriria espaço para uma “arbitragem regulatória”, ou seja, instituições poderiam escolher operar onde as regras são mais brandas, driblando exigências que hoje se aplicam ao sistema bancário.

Em outro documento, associações bancárias como a American Bankers Association (ABA) e o Financial Services Forum questionam outra brecha: a lei proíbe que os emissores das stablecoins ofereçam rendimentos sobre os ativos, mas não impede que empresas afiliadas o façam. Na prática, isso poderia permitir que corretoras ou outras entidades oferecessem “juros” sobre stablecoins, o que, segundo os bancos, criaria uma concorrência desleal com depósitos bancários e fundos do mercado monetário — pilares do sistema de crédito atual.

“Se os clientes realmente migrassem trilhões de dólares dos bancos para stablecoins, o que isso diria sobre o valor que os consumidores sentem que estão recebendo dos bancos?”, questionou Faryar Shirzad, diretor de políticas da Coinbase, em uma crítica direta às queixas bancárias publicada na rede X (ex-Twitter). Ele defendeu o direito dos consumidores de buscar retornos melhores para seu dinheiro e disse que os temores dos bancos são exagerados.

Desempenho das principais criptomoedas do mercado

O bitcoin opera em queda nesta sexta-feira (15), após ter tocado uma nova máxima histórica acima de US$ 124 mil nesta semana. O recuo acompanha a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que veio acima do esperado e reduziu as apostas em cortes mais agressivos de juros pelo Federal Reserve. Às 8h35, a maior criptomoeda do mundo era negociada a US$ 119.119,52 (R$ 644.305,57), com recuo de cerca de 2,2%.

Às 8h20, as principais criptomoedas operavam em queda; veja as cotações:

Bitcoin (BTC):  – 1,46%, US$ 119.075,99

Ethereum (ETH): – 1,59%, US$ 4.632,62

XRP (XRP): – 3,35%, US$ 3,10

BNB (BNB): – 1,87%, US$ 845,77

Solana (SOL): – 4,08%, US$ 194,49

Outros destaques do dia:

TRON (TRX): +2,37%, US$ 0,3595

Principais notícias do mercado cripto

EUA sancionam corretora russa por crimes com cripto. O Tesouro dos EUA sancionou novamente a Garantex, corretora de criptomoedas com sede na Rússia, por facilitar mais de US$ 100 milhões em transações ilícitas, incluindo operações ligadas a ransomware, ataques que “sequestram” dados e exigem resgate em criptomoedas. A medida ocorre em meio à escalada nas tensões entre EUA e Rússia, impulsionada pelas novas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump e pela guerra na Ucrânia. Além da Garantex, seis empresas e três executivos ligados à plataforma também foram incluídos na lista negra do governo americano.

BTCS amplia aposta em Ethereum com mais de US$ 321 milhões em ETH. Uma das empresas mais antigas de blockchain listadas na Nasdaq, a BTCS Inc. (BTCS), aumentou suas reservas de ethereum para 70.140 ETH, somando mais de US$ 321 milhões em ativos, segundo relatório do segundo trimestre. Fundada em 2014 e especializada em soluções para o ecossistema Ethereum — como validação em nuvem, otimização de transações e análise via IA — a empresa registrou crescimento de 341% na receita semestral, mas ainda opera no vermelho, com prejuízo líquido de US$ 13,3 milhões. Em meio ao movimento crescente das chamadas “empresas de tesouraria cripto”, a BTCS anunciou planos de levantar até US$ 2 bilhões com emissão de ações para seguir comprando ETH.