O Produto Interno Bruto (PIB) funciona como se fosse um termômetro da economia. Ou seja: quanto maior o PIB de um país, maior sua atividade econômica. O mesmo vale para o contrário: quando um PIB é negativo, ele indica que a atividade econômica daquele país está encolhendo.

Para os governos, o PIB é uma ferramenta essencial na formulação de políticas públicas, pois permite planejar investimentos estratégicos, ajustar gastos e implementar medidas que estimulem ou controlem a atividade econômica conforme o momento econômico do país.

Já para empreendedores e empresas, o PIB oferece uma base sólida para decisões de negócios, indicando quando investir ou expandir atividades. Investidores utilizam esse indicador para avaliar o ambiente econômico e identificar oportunidades de investimento, enquanto organismos internacionais recorrem ao PIB para comparar o desempenho de diferentes economias ao redor do mundo.

Em anos recentes, o PIB brasileiro chegou a cerca de R$ 11,7 trilhões em 2024, com uma composição dominada pelo setor de serviços. O país passou por ciclos de crescimento expressivos, como em 2010, com expansão de 7,5%, e crises, como a recessão de 2015-2016, reflexo de fatores internos e externos, incluindo variações nos preços das commodities exportadas.

Formas de calcular o PIB

O PIB é calculado a partir da soma de todos os produtos e serviços finais produzidos em um país. Esse cálculo é feito pelo IBGE. Todos os países calculam o PIB nas respectivas moedas.

O cálculo leva em consideração:

1. Produção

Calcula o valor agregado de todos os setores produtivos do país:

2. Demanda

Considera quem está comprando os bens e serviços produzidos:

3. Renda

Soma todas as rendas geradas pela produção:

PIB Nominal e PIB Real

Limitações

Embora o PIB seja um indicador essencial para compreender o desempenho econômico de um país, ele possui limitações importantes que precisam ser consideradas para uma análise mais completa da realidade socioeconômica.

O PIB não mede a distribuição de renda nem as desigualdades existentes entre os indivíduos, o que significa que um alto valor de PIB não garante que a riqueza seja compartilhada de forma equitativa entre a população. Além disso, o PIB não reflete o bem-estar, a qualidade de vida ou a satisfação da população, aspectos fundamentais para avaliar o desenvolvimento humano.

Outro ponto relevante é que o PIB não contabiliza atividades econômicas informais ou clandestinas, que podem representar uma parcela significativa da economia em muitos países. Igualmente, os impactos ambientais e a sustentabilidade não são levados em consideração pela métrica, de modo que um crescimento do PIB pode ocorrer às custas de degradação ambiental e esgotamento dos recursos naturais.

Sob essas limitações, torna-se imprescindível interpretar o PIB em conjunto com outros indicadores sociais, ambientais e econômicos, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), coeficientes de desigualdade, indicadores de sustentabilidade, entre outros.

Composição

O PIB brasileiro apresenta uma composição setorial que revela a importância relativa dos diferentes segmentos da economia nacional. O setor de serviços é o principal responsável pelo PIB, respondendo por aproximadamente 65% do total, refletindo a relevância de atividades como comércio, saúde, educação, finanças e turismo para a economia do país.

Já a indústria contribui com cerca de 30%, englobando a produção manufatureira, construção civil, mineração, e geração de energia, setores que sustentam a infraestrutura e o desenvolvimento tecnológico.

A agropecuária, embora fundamental para a balança comercial e para a oferta de matérias-primas, representa uma parcela menor na composição do PIB, em torno de 5%. Além disso, o consumo das famílias é sempre o maior componente da demanda agregada, com cerca de 60%, desempenhando um papel crucial para o crescimento econômico, pois pauta a produção e os investimentos em diversos setores.