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Negócios

3 riscos para o setor siderúrgico, segundo o JPMorgan

Para o banco, momento é de más notícias para Usiminas, CSN e Gerdau.

Em relatório divulgado nesta sexta-feira (30), o JPMorgan avaliou que o ambiente de negócios para os produtores de aço provavelmente se tornará mais desafiador no segundo semestre do ano e listou pelo menos três riscos em torno do setor siderúrgico na América Latina.

Para os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Candini, o momento é de más notícias para Usiminas (USIM3; USIM5), CSN (CSNA3) e até mesmo Gerdau (GGBR4; GGBR3), que também tem alguma exposição a aços planos no Brasil, embora tenha forte atuação nos Estados Unidos.

A casa inclusive rebaixou a recomendação das ações da CSN de compra para neutra. A empresa Ternium, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), é agora a única opção de compra do setor.

Dentre os demais nomes brasileiros, a ordem de preferência do banco é Gerdau, seguida por CSN e por último a Usiminas.

17/04/2018 REUTERS/Alexandre Mota

Confira abaixo os principais riscos associados ao setor:

Maior exportação pela China

O primeiro risco apontado pelos analistas do JPMorgan é o crescimento das exportações chinesas, como consequência da demanda fraca e da produção aquecida.

“Acreditamos que os preços globais do aço serão pressionados pelo excesso de aço produzido na China que está sendo redirecionado para os mercados internacionais”, afirmou.

Segundo o banco de investimento, em maio, as exportações anualizadas da China chegaram a 98 milhões de toneladas, nível que não era visto de desde 2016 – a quantia equivale a aproximadamente à demanda de um ano dos EUA e cerca de cinco vezes o nível de demanda do Brasil.

Preços elevados

Outro risco está associado aos preços praticados no Brasil com prêmios de aços planos excepcionalmente altos em relação à paridade internacional (cerca de 20% e 40%), o que, na opinião dos analistas do JP, torna o Brasil um destino privilegiado para o aço chinês.

“Isso significa que há um sério risco de queda de preços no mercado doméstico (ou um risco de níveis de importação cada vez mais altos)”.

Demanda fraca

Por fim, a demanda geral de aço por planos já fraca também é um ponto de atenção. O banco acreditamos em uma reviravolta apenas em 2024, ao levar em conta que as taxas (de juros) de fato serão reduzidas.

“No caso dos longos, enquanto a demanda continua mais robusta, o ciclo de alta da taxa de juros ainda não foi sentido, o que esperamos ver em 2024. Somando tudo isso, acreditamos que devemos ver preços de aços planos mais baixos, juntamente com demanda morna em toda a linha para as empresas siderúrgicas brasileiras”.

Confira a avaliação do bancos para as empresas:

Gerdau

A Gerdau é a única empresa que o JPMorgan enxerga como melhor posicionada entre os pares brasileiros.

“O ponto positivo da empresa são os negócios nos EUA, onde os preços e a demanda são muito robustos, o que deve ser um fator-chave para os ganhos no segundo semestre de 2023”, escreveram Rodolfo Angele e Tathiane Candini.

Analistas de aço nos EUA, no entanto, estão mais cautelosos em relação à construção não residencial em 2024, o que deve reduzir os ganhos para o negócio de aço no país.

Quanto ao Brasil, na avaliação do banco, os longos estão indo bem, mas acreditam que é inevitável que a demanda fique pressionada.

CSN

O JPMorgan anteriormente recomendava a compra do papel da CSN sobre as expectativas de que os lucros da companhia seriam revisados para cima, à medida que os investidores incorporassem aquisições recentes em energia e cimento em seus modelos.

“Isso agora parece ser relativamente precificado, e a CSN agora entrará em tempos desafiadores para seus negócios com seu balanço patrimonial carregando mais dívida do que seus pares”, afirmaram os analistas do JPMorgan.

Usiminas

A Usiminas é a empresa mais exposta a aços planos no Brasil, que é o subsetor de aço em que o banco de investimento tem mais cautela.

Além disso, a empresa está passando pela reforma de seu BF principal – um processo comum, mas delicado, com diversas consequências operacionais.

“Durante o processo, a empresa consome placas de terceiros para produzir seus produtos finais, o que é caro e requer investimento em capital de giro. O processo deve terminar no terceiro trimestre com normalização a partir do quarto trimestre de 2023”.

Para os analistas, a companhia terá um 2º semestre difícil.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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