A ação do IRB Brasil (IRBR3) registrou forte alta nesta quinta-feira (9), tendo como pano de fundo o balanço do quarto trimestre de 2022 da resseguradora, divulgado na véspera.

O papel encerrou o pregão em alta de 4,97%, a R$ 20,69, depois de ter avançado mais de 12% no decorrer do dia.

Os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo, da Genial Investimentos, avaliaram em relatório que, após muito tempo, o IRB conseguiu reportar uma geração de caixa, deixando o forte consumo dos últimos trimestres que deixavam dúvidas sobre uma possível nova emissão de ações

Destaques dos resultados

Mão segura celular com logo IRB Brasil RE. Monitor no fundo mostra site financeiro 'invest news' e gráficos.
Crédito: Adobe Stock

 A companhia reportou um prejuízo de R$ 38,7 milhões no quarto trimestre de 2022 ante resultado negativo de R$ 371 milhões um ano antes. Com isso, a empresa acumula um resultado negativo de R$ 631 milhões em 2022 ante um prejuízo de R$ 683 milhões em 2021. 

Após um longo período de queima de caixa, o IRB reportou uma geração de caixa de R$ 220 milhões nos quatro últimos meses de 2022, devido ao menor volume de pagamento de sinistros e menor retrocessão.

Já os prêmios emitidos no quarto trimestre recuaram 13,2% na comparação com o quarto trimestre de 2021, a cerca de R$ 2 bilhões.

A sinistralidade total, por sua vez, recuou de 123,5% para 93,8% no período.

O indicador de cobertura de provisões técnicas da resseguradora registrou suficiência de R$ 332,1 milhões ante saldo positivo de R$ 235,5 milhões no final de 2021.

Repercussão

Os analistas da Genial Investimentos avaliaram que a primeira geração de caixa pelo IRB Brasil no quarto trimestre depois de muito tempo pode significar um ponto de inflexão no caminho de um restabelecimento da lucratividade.

“Com o ROE ainda negativo em 2022, a geração de caixa pode ser um passo importante de uma saída de sucessivos anos com prejuízos para o um lucro em 2023, mesmo que pequeno”, disseram Nishio e Biondo.

Eles apontaram também que, além da melhora na subscrição de risco com menores índices de sinistralidade, os níveis de juros mais altos devem ajudar o resultado financeiro da empresa.   

Apesar da melhora de sinistralidade, Nishio e Biondo destacaram que o índice continua bem aquém do ideal, de 60% a 70%.

“Acreditamos que a sinistralidade deva continuar melhorando ao longo de 2023, mas pensamos que seria mais cauteloso aguardar ainda os resultados posteriores para identificarmos se é uma melhora passageira ou, realmente, se a companhia está conseguindo reverter as sinistralidades de forma consistente e robusta”, alertaram os analistas da Genial.