Por volta de 12h (horário de Brasília), os papéis da XP subiam 3,4%, a US$ 17,6 cada, após fecharem na véspera no menor patamar desde março de 2020. Além dos dados operacionais, sessão positiva em Wall Street também ajuda as ações. No Brasil, o BRD da XP (XPBR31) também sobe.
A XP divulgou captação líquida total de R$ 43 bilhões nos três meses encerrados em junho, queda ante os R$ 75 bilhões de um ano antes e dos R$ 46 bilhões do primeiro trimestre de 2022.
Quando ajustado pelas custódias concentradas – aquelas acima de R$ 5 bilhões por cliente/grupo econômico e mais voláteis por natureza – o dado representa uma alta frente aos R$ 30 bilhões na base trimestral e leve recuo ante os R$ 45 bilhões na comparação anual.
Analistas do BTG liderados por Eduardo Rosman destacaram a captação líquida como o principal fator positivo dos números divulgados pela XP, vindo 5% acima do que esperavam, segundo relatório a clientes.
Já a equipe do JPMorgan disse que o dado ajustado “surpreendeu positivamente”.
A reação positiva do mercado vem apesar de a XP ter fechado o trimestre com um total de R$ 846 bilhões em ativos sob custódia, 4% acima de um ano antes, mas 8% abaixo das estimativas de analistas do JPMorgan.
O número reflete uma captação líquida de R$ 174 bilhões e uma desvalorização de mercado de R$ 146 bilhões.
Os mercados globais foram atingidos negativamente nos últimos meses por temores de recessão econômica, diante da elevação dos juros, especialmente nos Estados Unidos, para conter o avanço da inflação. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, acumula queda de cerca de 8% em 2022.
O cenário causou redução nas negociações em renda variável, o que impacta a XP. O volume financeiro médio diário no segmento ações na bolsa brasileira caiu 25,1% em junho frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela B3 nesta semana.
“Apesar dos ativos sob custódia virem abaixo do que esperávamos, vemos a maior parte do impacto já antecipado pelo mercado dada a liquidação no mercado de ações”, escreveram os analistas do JPMorgan liderados por Domingos Falavina, em relatório. Eles observam que a XP tem cerca de um terço dos ativos em renda variável.
A XP disse ainda que a média de negociações diárias no varejo recuou em relação a 2021 para 2,3 milhões, de 2,7 milhões, ainda que tenha ficado estável ante os três meses encerrados em março, o que “reflete o cenário ainda desafiador para ações e futuros”.
A empresa afirmou que sua base de clientes ativos cresceu 16% em doze meses, para 3,63 milhões, e 4% na comparação trimestral. A rede de agentes autônomos de investimento da XP também inflou, alcançando 11,3 mil, 26% acima frente ao nível visto um ano antes.
Os resultados financeiros completos da XP referentes ao segundo trimestre devem ser divulgados em 9 de agosto.
Diante dos dados já anunciados, os analistas do BTG esperam que a XP divulgue um segundo trimestre melhor em comparação ao primeiro, enquanto projeta uma atividade “decente” nos mercados de capitais entre julho e setembro, especialmente no segmento de renda fixa.
Crédito
11/12/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Em crédito, a XP, que avança para ter um negócio bancário mais completo, viu a carteira de empréstimos subir 90%, para R$ 12,9 bilhões, contra o segundo trimestre do ano passado. O volume transacionado de cartões de crédito disparou 161% no período, para R$ 5,5 bilhões, enquanto os cartões ativos cresceram 185%, a 383 mil.
A XP anunciou em junho uma marca de banco de atacado, bem como oferta de conta digital, estratégia que contará com cartão de débito.