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Negócios

Americanas decepciona (de novo) e ações desabam 60%. Foco agora é na retomada das operações

Resultados do primeiro semestre de 2024 frustraram investidores, mas empresa tenta falar de futuro

SÃO PAULO (Reuters) – As ações da Americanas estão desabando mais de 60% nesta quinta-feira (15), levando o valor de cada papel para os R$ 0,12. Trata-se de uma reação dos investidores aos resultados decepcionantes no primeiro semestre de 2024, divulgados na noite de quarta-feira (14), e também uma venda massiva de ações que até ontem não poderiam ser vendidas porque estavam sob um lock-up, como se diz no jargão do mercado.

Essas novas ações estavam nas mãos de credores que aderiram ao plano de recuperação judicial da empresa e aceitaram transformar dívidas em participação acionária.

A varejista registrou um prejuízo líquido de R$ 2,27 bilhões no período. Na comparação com o primeiro semestre de 2023, a receita líquida da Americanas caiu 42%, de R$ 25,8 bilhões para R$ 14,9 bilhões. A companhia está em recuperação judicial desde janeiro do ano passado.

Em documento, a empresa disse que “os últimos 18 meses foram marcados por grandes desafios”, mencionando as fraudes bilionárias que levaram a companhia à recuperação judicial e a um amplo processo de reestruturação, que segue em curso. “Esses eventos impactaram os resultados”, argumentou a Americanas.

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O calcanhar de Aquiles da varejista são as vendas online, que tombaram 55% ante os primeiros seis meses do ano passado. As vendas nas lojas físicas, por outro lado, mostraram força: avançaram 20% na comparação anual.

Agora, a Americanas tenta focar 100% nas suas operações, explicou em conferência com analistas e investidores o CEO da empresa, Leonardo Coelho.

“Tem muita coisa para acontecer até o final de 2025”, disse o executivo, citando esforços da empresa para unificar sistemas de tecnologia da informação sob uma única plataforma até 2026.

A diretora financeira, Camille Faria, por sua vez, afirmou que a Americanas vai avaliar retomar o “guidance”, que é um indicativo da empresa para o que ela pretende atigir num futuro próximo.

“Vamos seguir trabalhando e avaliando a conveniência de retomar o guidance em um futuro próximo”, disse a executiva, citando necessidade da companhia de ter um tempo para reavaliar as estimativas operacionais como Ebitda, posição de caixa em 2025 e alavancagem “em face de todos os resultados que divulgamos ontem”.

*com Redação InvestNews

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