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Ações da Gol sobem após possível oferta de compra pela Azul

As ações da Gol (GOLL4) avançavam mais de 4% no início da tarde desta terça-feira (05) na esteira de uma possível oferta de compra pela concorrente Azul (AZUL4), que também operava em alta de mais de 3%. No final do pregão, ambas fecharam em alta de 2,8% e 3,9%, respectivamente.

Segundo informações da Bloomberg, a Azul está trabalhando com o Citigroup e o Guggenheim Partners, empresas que assessoram a companhia, para explorar uma potencial oferta pela Gol.

Uma das pessoas ouvidas, que pediu para não ser identificada porque as discussões ainda são privadas, informou que a Azul avalia diversas opções, incluindo a aquisição completa de sua rival. A Azul ainda pode decidir por deixar a ideia de lado, segundo a fonte.

Qualquer oferta precisaria da aprovação do Cade.

Avião da Azul se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro
Avião da Azul se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro 21/1/2019 REUTERS/Sergio Moraes

A Gol (GOLL4), que tem sede em São Paulo, entrou com pedido de Chapter 11 nos EUA depois que teve de lidar com US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e realizar mais de uma dezena de trocas de dívidas. No processo, conseguiu aumentar o seu financiamento de devedores em posse para US$ 1 bilhão, de US$ 950 milhões.

A Azul e a Gol fazem parte de um trio de companhias aéreas – incluindo a Latam, com sede em Santiago – que dominam as viagens aéreas no maior mercado da América Latina. Embora ambas as companhias aéreas atendam algumas rotas de grande tráfego, a Gol está mais concentrada em voos entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, enquanto a rede da Azul para outras cidades é mais ampla.

A Azul espera que a falta de sobreposição entre as aéreas aumente suas chances de obter aprovação regulatória caso faça uma oferta, disse a pessoa.

Questionado sobre uma possível combinação com a Gol, o CEO da Azul, John Peter Rodgerson, disse em entrevista à Bloomberg News que a empresa monitora de perto a situação. “Você tem a obrigação com seus acionistas de observar as oportunidades que existem”, disse ele, que evitou dar mais detalhes.

Apesar do aumento das tarifas no ano passado e da demanda, as finanças de ambas as empresas foram afetadas pelo aumento dos preços dos combustíveis de aviação e pelos atrasos na produção de novas aeronaves.

A Azul procurou fortalecer seu balanço ao cortar custos e fechar acordos com locadores. A empresa também adiou o pagamento de dívida trocando títulos com vencimento em 2024 e 2026 por títulos com vencimentos posteriores que pagavam um cupom mais alto. A transação foi considerada uma troca de dívida ‘distressed’ pelas agências de classificação de risco.

*Com informações da Bloomberg

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