O Banco do Brasil e o Citi estão entre os maiores credores da AgroGalaxy, a mais recente empresa do agronegócio brasileiro a pedir recuperação judicial.
A AgroGalaxy listou dívidas de cerca de R$ 3,8 bilhões em moeda local e outros US$ 160 milhões, segundo documentos vistos pela Bloomberg. A empresa, que vende insumos agrícolas para agricultores, buscou proteção dos credores na quarta-feira (18), antes de vencimentos iminentes e em meio a uma renúncia em massa de vários de seus principais executivos.
A empresa de securitização Vert é o maior credor, tendo a receber cerca de R$ 516 milhões. As securitizadoras são responsáveis pela estruturação de certificados de recebíveis do agronegócio, ou CRAs — classe de títulos de renda fixa relativamente novos usados para financiar o setor que tem contribuído para o boom agrícola do Brasil.
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O Banco do Brasil, com R$ 391 milhões e cerca de US$ 600 mil a receber, e o Citibank, com R$ 107 milhões e US$ 32 milhões, também estão entre os nomes do documento de 65 páginas. Dívidas com o Santander somam R$ 278 milhões.
A AgroGalaxy também tem várias empresas de insumos agrícolas entre seus credores. A dívida com a fornecedora de fertilizantes Mosaic é de pouco menos de R$ 120 milhões e US$ 18,2 milhões, enquanto com a Basf é cerca de R$ 40 milhões e outra de cerca de US$ 1 milhão.
A Mosaic disse em comunicado que está aberta a negociar com a AgroGalaxy, e que valores específicos devidos serão tratados no processo de recuperação judicial, acrescentando que tem uma política de gerenciamento de risco “rigorosa”.
A Vert não retornou imediatamente os pedidos de comentário. Basf e AgroGalaxy não quiseram comentar, assim como Bradesco, Citibank, Banco do Brasil e Santander.
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