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Negócios

Cacau encerra o ano com valorização gigantesca por causa da oferta fraca

Os preços recordes reduziram a liquidez para o nível mais baixo em uma década, à medida que as posições se tornaram cada vez mais caras de manter

Grãos de cacau deixados para secar em uma fazenda em Gana. Foto: Paul Ninson/Bloomberg

O cacau está terminando 2024 como a commodity agrícola de melhor desempenho, com seu enorme ganho anual impulsionado por temores de oferta e volatilidade do mercado.

No caminho para uma valorização de 175% nos últimos doze meses, o avanço do cacau foi impulsionado por uma série de colheitas ruins na Costa do Marfim e em Gana, onde a maior parte da safra é cultivada. Os estoques globais cada vez menores estão pressionando tanto os compradores quanto os fabricantes de chocolate.

Os preços recordes reduziram a liquidez para o nível mais baixo em mais de uma década, à medida que as chamadas de margem aumentaram e as posições se tornaram cada vez mais caras de manter. Essa baixa liquidez dos futuros contribuiu para as oscilações violentas, com os preços movimentando mais de mil dólares em alguns dos dias de negociação mais voláteis.

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Nesta terça-feira (31), os futuros em Nova York flutuaram após o maior ganho diário desde maio, um dia antes. O mercado de Londres também oscilou entre pequenos ganhos e perdas.

Espera-se que as condições climáticas continuem desafiadoras para a atual temporada de cacau da África Ocidental.

“As velocidades do vento Harmattan devem estar próximas da média, mas a baixa umidade, a luz solar abundante e o vento vão estressar algumas árvores”, escreveram os analistas da ADM Investor Services em uma nota na segunda-feira (30).

Os preços do café arábica premium também subiram cerca de 65% em Nova York este ano, ultrapassando os níveis mais altos em mais de quarenta anos, devido aos temores de que uma seca no Brasil, principal fornecedor, prejudique a produção na próxima temporada.

Ainda assim, uma queda nos preços da soja negociada em Chicago fez com que ela assumisse a posição de principal commodity de pior desempenho em 2024. A ampla produção nos EUA e no Brasil, combinada com uma desaceleração da demanda chinesa, fez com que os preços caíssem cerca de 23% este ano.

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