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CESP terá novo nome e base acionária na B3 será migrada para o Novo Mercado

A Votorantim (VSA) e o Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments) vão unir seus ativos para incorporar a Cesp e criar a VTRM Energia Participações.

Usina Hidrelétrica Paraibuna/Divulgação

A Companhia Energética de São Paulo (CESP) comunicou nesta terça-feira que recebeu de seus acionistas controladores indiretos, a Votorantim (VSA) e o Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments), uma proposta de reorganização societária. Na prática, a VSA e o CCP vão unir seus ativos de energia elétrica para incorporar a Cesp e então criar uma nova empresa: a VTRM Energia Participações.

Segundo a empresa, o CPP Investments irá aportar R$ 1,5 bilhão no novo negócio. A VGE (Votorantim Geração de Energia), controlada da VSA, passará a deter ativos que
estão avaliados em R$ 2,5 bilhões.

Após a implementação, a VSA e o CPP Investments passarão a deter, respectivamente, participações de 54,2% e 45,8% do capital social da VTRM.

A transação proposta também visa migrar a base acionária da CESP para a VTRM, que será listada no Novo Mercado da B3 – atualmente a companhia está no Nível 1 da bolsa. Em troca das ações da CESP, os acionistas receberão ações ordinárias e preferenciais resgatáveis (quando o valor do papel é definido para um futuro resgate) da VTRM1.

Em comunicado, a CESP informou que a VTRM realizará o resgate automático e compulsório da totalidade das ações preferenciais resgatáveis, com pagamento em dinheiro, em momento imediatamente subsequente à emissão.

Além disso, o conselho de administração da companhia irá constituir um comitê independente com a finalidade de negociar as condições da incorporação de ações.

A nova empresa

A CESP afirmou que a reorganização visa a manutenção de uma empresa privada com foco no processo de transição energética no Brasil cujo o “objetivo será investir em projetos na área de energia em estágio inicial de maturação, incluindo novas soluções e tecnologias voltadas para a descarbonização da matriz energética”, informou.

A holding terá capacidade instalada de 3,3 gigawatt, cerca do dobro da capacidade atual da Cesp, além de uma receita líquida anual de aproximadamente R$ 6 bilhões e um Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão.

Além da criação da nova companhia, a CESP informou que a Votorantim e a CPP Investments manterão uma joint venture (JV), que terá foco em investimentos em novas tecnologias, voltadas para a descarbonização da matriz energética e processos industriais.

A JV também investirá em projetos eólicos e solares em estágio inicial de desenvolvimento e a nova VTRM, por sua vez, terá o direito de primeira oferta sobre os projetos eólicos e solares da JV à medida que eles amadureçam e sobre os projetos que forem alienados.

“Os mandatos da JV e da Nova VRTM não se sobrepõem. A JV investirá em projetos em estágio inicial, enquanto a Nova VTRM se concentrará na aquisição de ativos operacionais de grande escala e de projetos prontos para serem construídos”, explicou a companhia.

O que dizem os analistas

Em relatório, os analistas do Credit Suisse informaram que os termos da migração para o Novo Mercado da nova empresa parecem não favorecer os acionistas minoritários, especialmente porque o valor implícito para as ações da Cesp está abaixo do consenso de mercado para o valor justo.

“Não está claro na proposta o valor atribuível ao pipeline de projetos (sem PPA) e as premissas mais detalhadas para a avaliação dos ativos hidrelétricos. Por fim, destacamos que seria importante que apenas os acionistas minoritários votassem na transação, ainda que um comitê independente avaliasse a transação e propusesse os termos finais do negócio”, disseram os analistas.

Além disso, a equipe do banco de investimentos afirmou que a transação proposta será boa para permitir que a empresa tenha uma melhor estrutura de alavancagem e se beneficie da atual alta demanda por PPAs (contrato de compra e venda de energia de longo prazo) com fontes renováveis ​​e da aceleração da abertura do mercado livre no Brasil. O Credit manteve recomendação de compra para os papéis da companhia e preço-alvo em R$ 24,30.

Em relatório, os analistas da Levante Investimentos afirmaram esperar um impacto positivo nas ações da CESP “visto que os acionistas passarão a ter acesso a novas e claras oportunidades de crescimento, tais como desenvolvimento de projetos de geração renovável ready to build (prontos para construir) e na aquisição de empresas já operacionais”.

De acordo com a casa, a nova VTRM nascerá com um pipeline “robusto” de projetos que combina fontes hídrica e solar, bem como soluções híbridas, totalizando 1,9 gigawatts.

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