A Cogna Educação (COGN3) mais do que dobrou o lucro líquido ajustado no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 117,7 milhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, tendo o desempenho da Kroton como principal destaque do período.
Incluindo amortizações relacionadas a aquisições, a companhia, dona da Anhanguera e da Vasta, registrou lucro líquido de R$ 54,4 milhões, ante prejuízo de R$ 13,1 milhões de reais um ano antes.
Projeções de analistas compiladas pela Refinitiv apontavam lucro líquido de R$ 19,4 milhões.
“Foi um trimestre muito animador”, afirmou o presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério Neto, ressaltando que foi o melhor primeiro trimestre em termos de geração de caixa e Ebitda dos últimos quatro anos.
O desempenho operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 20,6%, para R$ 517,1 milhões também acima das projeções de analistas, que apontavam Ebitda de R$ 428,4 milhões. A margem Ebitda subiu 2,5 pontos percentuais, para 38,9%.
Em termos recorrentes, o Ebitda cresceu 12,6%, para R$ 452,4 milhões, com a margem ficando quase estável, em 34%, ante 34,1% nos primeiros três meses de 2022.
A receita líquida totalizou R$ 1,3 bilhão alta de 13% ano a ano, com expansão em todas as três unidades de negócios –Kroton (+14,9%), Vasta (+5,8%) e Saber (+30,8%)–, enquanto as despesas corporativas, que incluem com pessoal, geral e administrativas, recuaram 10,3%.
Caixa
Nos primeiros três meses de 2023, a Cogna teve uma geração de caixa operacional após investimentos (capex) de R$ 227 milhões, expansão de 27,4% ano a ano.
Valério afirmou que a companhia tem uma perspectiva de crescimento de geração de caixa bem positiva, reafirmando a projeção de chegar a R$ 1 bilhão em geração de caixa operacional em 2024.
O fluxo de caixa livre, porém, ficou negativo em R$ 625,3 milhões, contra fluxo negativo de R$ 188,9 milhões um ano antes, afetado principalmente pelo volume de dívida amortizado nos primeiros meses de 2023.
A companhia encerrou março com a relação dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses em 2,03 vezes, de 2,10 vezes no final do ano passado. E avalia que não precisará captar ou reperfilar sua dívida em 2023.
“Para este ano, não precisamos. Nós precisamos para o ano que vem, para o compromisso do ano que vem, mas eu acredito que daqui até lá, espero, o cenário também seja melhor. E nós vamos estar mostrando mais crescimento, mais geração de caixa, então o custo da dívida vai ser menor também”, explicou.
Na terça-feira, a Yduqs, dona da Estácio e do Ibmec, também divulgou resultado acima do esperado no primeiro trimestre, com Ebitda ajustado de R$ 484,4 milhões, e projeções consideradas positivas por analistas para o segundo trimestre, fazendo suas ações dispararem mais de 20% na quarta-feira.
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