Os números financeiros do Itaú Unibanco (ITUB4) referentes ao primeiro trimestre de 2023 vieram dentro do esperado por analistas, com a estabilidade da inadimplência entre os destaques positivos.
Por volta das 14h40, os papéis da instituição, que divulgou balanço na manhã desta segunda-feira (8), subiam 1,31%, contribuindo para o avanço do principal indicador da B3, o Ibovespa.
Em relatórios, Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, analistas do BTG Pactual, consideraram os números como sólidos e previsíveis. Além disso, enfatizaram que “apesar da sazonalidade negativa no início do ano, a inadimplência manteve-se estável na comparação trimestral, superando expectativas”.
O lucro líquido recorrente de R$ 8,44 bilhões veio 1% acima do projetado pelo banco de investimento.
Na mesma linha, Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos, afirmou em relatório que, em um cenário de inadimplência subindo aceleradamente, o Itaú ainda mantém seu índice abaixo dos 3%, levemente melhor que a expectativa da Ativa, “enquanto consegue gerar ROE de 20,7% no primeiro trimestre de 2023, trazendo confiança em relação ao seu guidance (projeção)”.
Carteira de crédito
A equipe do BTG afirmou que, conforme era esperado, o crescimento do crédito desacelerou, enquanto a margem de lucro e tarifas caíram no trimestre devido à sazonalidade e mercado de capitais mais fraco (afetado pela Americanas). O controle de custos, entretanto, ajudou.
O BTG reiterou classificação de compra para as ações do Itaú e mencionou preferência pela instituição e pelo Banco do Brasil (BBAS3) em relação aos pares Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Santander (SANB11)
Serra da Ativa enfatizou que, com o crescimento modesto da carteira de crédito e inadimplência estável na comparação com o trimestre anterior, em parte explicada por um número menor de dias úteis, os resultados do Itaú vieram em linha com o esperado e demonstraram que “a cautela empregada pela gestão tem sido assertiva”.
Recordes
O lucro contábil da instituição no total de R$ 8,17 bilhões foi o maior já registrado no período entre os bancos de capital aberto listados na bolsa B3, segundo dados do Trademap. Além disso, o resultado representou o segundo maior lucro trimestral da história dos bancos no Brasil.
Ao comparar os lucros trimestrais de todos os bancos listados na B3, o Banco do Brasil detém até o momento, de acordo com o Trademap, o maior registro, com R$ 8,62 bilhões no quarto trimestre de 2022. No entanto, entre os 10 maiores lucros históricos, o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil dominam, com quatro e seis registros, respectivamente.
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