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Compra da Avenue pelo Itaú ampliará acesso do investidor de varejo ao exterior

É o que avaliam as casas de investimentos, que consideraram a operação como positiva para o banco.

As casas de investimentos avaliam que a compra da Avenue, corretora que fornece aos brasileiros a possibilidade de investir em mercados estrangeiros, pelo Itaú Unibanco ajudará a ampliar o acesso de clientes de varejo do banco a aplicações no exterior.

O Itaú informou na manhã desta sexta-feira (8) que irá adquirir 35% da corretora no primeiro momento e desembolsar aproximadamente R$ 493 milhões. Após dois anos, irá comprar mais 15,1%, assumindo o controle da empresa, por um valor a ser determinado a partir de um múltiplo de receita ajustada pré-definido. Por volta das 15h50, a ação preferencial (ITUB4) do banco subia 0,39%, a R$ 22,99, enquanto a ordinária (ITUB3) avançava 0,76%, para R$ 19,93.

Em comentário, a Ativa Investimentos mencionou que enxerga como positivo o movimento “estratégico” do Itaú em buscar, cada vez mais, soluções digitais para os seus clientes.

Roberto Lee, fundador da Avenue, em Nova York. (Crédito: Divulgação)

Por outro lado, a casa mencionou que o valor pago pela Avenue, que tem R$ 6,4 bilhões sob custódia, implica em um valuation (valor de avaliação) de R$ 1,4 bilhão, o que não é muito significativo para o Itaú. “O valuation nos parece esticado, com uma relação de mais de 20% valuation/custódia (relação entre o valor de mercado e a quantidade de ativos que tem sob gestão), versus 10,6% para XP, que tem um valor de mercado de R$ 53 bilhões e R$ 500 bilhões sob custódia”, comparou a Ativa.

Carlos Daltozo, da Eleven Financial, explicou que a ideia do banco é plugar a Avenue dentro de seu aplicativo, para que o cliente possa fazer em um mesmo ambiente as transações bancárias e de investimento no Brasil e no exterior.

Além disso, o analista lembrou que o Itaú tem uma estrutura robusta no exterior na gestão de fortunas, mas ainda não tinha iniciado seu negócio de varejo, diferente de alguns concorrentes.

“Além do Bradesco que há alguns anos fez a aquisição do BAC Florida Bank, e mais recentemente lançou o US Invest no segmento de varejo, aproveitando a estrutura do BAC, o BTG Pactual e a XP Investimentos também estão se posicionando organicamente para entrar no segmento de varejo nos EUA”, disse.

Daltozo vê a a transação como positiva, já que reforça a estratégia do Itaú Unibanco “em estabelecer um ecossistema robusto de investimentos internacionais para o varejo, contribuindo para diversificação de produtos e serviços”.

Em relatório, Renan Manda e Matheus Guimarães, da XP investimentos, lembraram que a Avenue foi fundada por Robert Lee (fundador da Clear Corretora) em 2018 e que a empresa cresceu por meio da aquisição de empresas no Brasil e nos Estados Unidos, como Drivewealth, Coin DTVM e Bexs, que permitiram criar um ecossistema de serviços para oferecer ao pequeno investidor brasileiro a oportunidade de internacionalizar parte de seu portfólio.

Portanto, os analistas enxergam a aquisição como positiva por permitir ao Itaú crescer sua receita de tarifas por meio do oferecimento de uma nova gama de produtos e serviços. “Em especial para os clientes que pretendem internacionalizar parte de seu portfólio. Algo que antes estava restrito aos clientes private da instituição”, avaliou a dupla.

Sobre a operação

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Itaú disse que, em linha com iniciativas já anunciadas, como a aquisição da Ideal Corretora e o lançamento da plataforma Íon, a operação reforça sua estratégia “em estabelecer um ecossistema de investimentos que prioriza a satisfação do cliente, ao dispor produtos e serviços nos canais mais convenientes para cada perfil”.

Para o banco, a oferta dos serviços de intermediação de investimentos da Avenue vai permitir expandir o acesso ao mercado de investimentos no exterior e à funcionalidade de abertura de conta internacional, além de prover diversificação internacional de produtos e serviços.

O Itaú informou que a gestão e a condução dos negócios da Avenue continuarão autônomas em relação ao Itaú Unibanco. A conclusão da operação está sujeita à aprovação dos órgãos reguladores.

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