Siga nossas redes

Negócios

Como o copo Stanley projetou marca centenária a ‘queridinha’ da Faria Lima

Marca global levou 100 anos para construir seu copo icônico, item que caiu no gosto de ‘Faria Limers’.

Em novembro do ano passado, viralizou no TikTok um vídeo de um carro que pegou fogo (sem deixar vítimas) e a única coisa que ficou intacta foi um copo Stanley que estava dentro do veículo. Detalhe: com gelo dentro. O vídeo chegou até o CEO da marca que, posteriormente, anunciou que daria um carro novo ao proprietário que passou pelo incidente. 

A questão é que, numa jogada de marketing muito sagaz, a empresa viu uma oportunidade para chamar atenção nas redes. E o número de comentários sobre a qualidade do copo só crescia, fazendo jus ao manifesto público da marca: “Projetados para superar e resistir até mesmo em condições adversas”. 

@stanleybrand

#stitch with @Danielle Stanley has your back ❤️

♬ original sound – Stanley 1913

Mas engana-se quem acha que o sucesso do Stanley se resume aos últimos quatro anos, quando de fato o nome ficou bem conhecido pelos seus copos térmicos. No Brasil, é quase impossível dissociar um “Faria Limer” de seu copo, assim como seu colete.

Marca centenária

A multinacional, que tem 110 anos e conta com escritórios em Seattle, Xangai, Amsterdã, Manila e Rio de Janeiro, começou atuando a partir da fabricação de ferramentas, produtos industriais e soluções de segurança. Foi o engenheiro elétrico Willian Stanley quem criou e patenteou a garrafa feita de aço para conservação de temperatura, cujo público-alvo eram operários.

Demorou 100 anos para que a empresa lançasse seu produto icônico composto por duas placas de aço cirúrgico com vácuo entre elas e unidas com soldas especiais. Essa combinação é que impede a troca de calor.

Desde então, a companhia realizou várias aquisições estratégicas ao longo dos anos, incorporando outras empresas do setor e expandindo seu alcance global.

Isso sem contar os investimento em novos produtos, novas cores (o copo antes preto ou branco agora vai do roxo ao laranja), a fim de atrair consumidores de gostos distintos que podem comprar o item ou no site próprio da companhia, ou em grandes lojas de varejo, a exemplo da Target, nos EUA. O que mostra que parcerias também são o foco do negócio, a exemplo da feita com a rede Starbucks.

Marketing eficiente

Mas a grande sacada “moderna” é o investimento em estratégias de marketing eficientes para promoção da marca. Muitos influenciadores postam suas fotos e vídeos despretensiosamente com um copo Stanley. A cantora brasileira Anitta é um dos exemplos. 

Essa estratégia vem após Terence Reilly (que aparece no vídeo) deixar o cargo de CMO da Crocs para assumir a presidência global da Stanley, em abril de 2020. 

Controlada pela PMI Worldwide, empresa de capital fechado com sede em Seattle (EUA), a Stanley não revela seus números de vendas ou lucro, o que impede ter uma dimensão do seu crescimento. Mas segundo a CBNC, as vendas das famosas “quenchers” (uma garrafa com canudo e alça voltadas para hidratação) saltaram de US$ 70 milhões anuais, para US$ 750 milhões nos últimos quatro anos.

Quando a varejista Target introduziu novas cores da garrafa, algumas lojas tiveram que impor restrições sobre quantas um cliente poderia comprar, limitando a duas por pessoa.

Stanley no Brasil

A marca chegou em 2014 por meio da aquisição da detentora dos direitos de uso da marca Aladdin, que também fabrica produtos térmicos.

Ao jornal “Valor Econômico”, a presidente da PMI Worldwide América Latina e EMEA (Europa, Oriente Médio e África) disse em abril do ano passado que o alvo da companhia para entrar no Brasil – terceiro maior mercado de cerveja do mundo – era levar uma solução para que o consumidor bebesse sua cerveja estupidamente gelada e que essa resistisse em baixas temperaturas pelo maior tempo possível. Sobre este item, não há queixas por parte dos consumidores (pelo menos com base em busca que o InvestNews fez na internet). 

Já o maior desafio da marca em terras tupiniquins, agora, é enfrentar a falsificação. Inclusive foi criado um selo anticópia cuja tecnologia procede das tintas de segurança usadas na Casa da Moeda americana. Ele pode estar tanto no produto, como nas caixas, e direciona o consumidor para um aplicativo proprietário da marca para checagem de autenticidade.

Ao consumidor que não comprou o item de revendedores oficiais, basta deixar a bebida gelada no copo e ver por quanto tempo resiste. A marca promete 4,5 horas de bebida gelada ou 17 horas com gelo, o que no caso do carro incendiado, estava intacto.

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.