A CSN anunciou nesta quarta-feira (6) que vendeu um novo lote de ações da Usiminas, reduzindo sua participação na rival para 4,99% e se adequando a ordens do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A diretoria da companhia, comandada por Benjamin Steinbruch, afirmou que vendeu 36.235.837 ações ordinárias e 472.200 ações preferenciais da Usiminas para o fundo de investimentos Vera Cruz, gerido pela Reag do empresário João Carlos Mansur.

A transação foi realizada na terça-feira (5), ao preço de fechamento dos papéis da segunda (4) – o que significa que a operação movimentou cerca de R$ 164 milhões. O anúncio foi feito no mesmo dia em que o Tribunal do Cade tem sessão marcada, com previsão de julgamento de caso envolvendo as duas companhias.

O Cade vem pressionando a CSN para cumprir uma decisão de 2014 que limita a sua participação na rival para menos de 5%. A ordem nunca havia sido integralmente cumprida.

A siderúrgica já tinha feito a venda, em 31 de julho, de uma fatia de R$ 263 milhões da Usiminas, reduzindo a sua participação de 12,91% para 7,92%. O comprador foi a Globe Investimentos, veículo patrimonial da família Batista, da J&F, controladora da JBS.

Segundo apurou o InvestNews na época, a compra da Globe Investimentos – braço patrimonial da família Batista – seria estritamente financeira, sem interesse em influenciar a gestão da Usiminas.

A guerra societária entre as duas empresas tem mais de uma década. Em 2011, a CSN iniciou a compra de papéis da Usiminas, gerando desconforto no bloco de controle formado pela Ternium, Techint e Nippon Steel. O conflito foi parar em assembleias e chegou ao Cade, que bateu o martelo em 2014 – quando determinou que a CSN reduzisse sua participação na Usiminas.