O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, concedeu a seus dois principais executivos prêmios de retenção avaliados em US$ 80 milhões cada e lançou um programa para dar a seus líderes uma parcela dos lucros obtidos em fundos de private equity, numa tentativa de competir em remuneração com as principais gestoras de investimentos.
Os prêmios de retenção são o segundo em pouco mais de três anos concedidos ao CEO, David Solomon, e ao presidente do conselho John Waldron, que também é diretor de operações (COO). A decisão “reflete o desejo do conselho de manter a atual liderança sênior”, segundo documento divulgado na sexta-feira (17).
Os bônus em ações de retenção serão liberados em janeiro de 2030, o que significa que Solomon, que ocupa o cargo principal há mais de seis anos, e Waldron precisarão permanecer na empresa por mais cinco anos para receber o dinheiro.
O Goldman também concedeu a Solomon um pacote de remuneração de US$ 39 milhões para 2024, ano em que os lucros do banco dispararam. A premiação, divulgada em documento na sexta-feira, representa um aumento de 26% em relação ao pacote anterior de Solomon, que era de US$ 31 milhões.
O Goldman Sachs tem intensificado sua competição no private equity para atrair recursos para sua área de investimentos alternativos. O banco observa que executivos dessas empresas concorrentes — muitos deles ex-funcionários do Goldman — têm recebido remunerações de longo prazo em valores raramente vistos no setor bancário.
“O conselho considerou os desafios únicos que o Goldman Sachs enfrenta para reter talentos, especialmente diante da concorrência de gestoras de investimentos alternativos e outras empresas além do setor bancário tradicional”, afirmou a instituição, em documento. “Como uma das cinco maiores gestoras de ativos alternativos do mundo, o Goldman Sachs está em posição privilegiada para oferecer aos seus principais executivos a oportunidade de participar diretamente dos lucros dos fundos.”
Solomon já havia recebido um pacote de retenção no final de 2021, quando a empresa citava uma “guerra por talentos”. Aquela premiação, que nos níveis atuais valeria pelo menos US$ 50 milhões, exigia que as ações do banco atingissem determinadas metas e superassem os concorrentes. Os novos prêmios de retenção anunciados na sexta-feira são mais simples: exigem apenas que os dois executivos permaneçam na empresa.
O chamado Programa de Participação nos Lucros também beneficiará outros executivos, incluindo o diretor financeiro Denis Coleman e a diretora jurídica Kathryn Ruemmler, além de outros nomes não divulgados no documento.
O anúncio dos novos pagamentos e incentivos ocorre dois dias após o Goldman reportar que seu lucro do quarto trimestre dobrou em relação ao ano anterior, incluindo ganhos recordes com operações em bolsa. O banco também distribuiu um valor recorde aos acionistas em 2024, através de recompra de ações e dividendos.
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