O terceiro aditivo ao plano de recuperação judicial da empreiteira UTC foi aprovado por 95% dos credores da companhia, que foi uma das envolvidas em investigações no âmbito da Operação Lava Jato. Com dívidas de R$ 3,7 bilhões, a UTC agora deve voltar a tomar crédito e participar de licitações, de acordo com os administradores judiciais.
A alteração ao plano veio após uma longa negociação entre a UTC e os credores. A UTC pediu recuperação judicial em 2017 e desde então havia aprovado outros aditivos ao plano, mas não conseguiu cumprir o mais recente deles. Em dezembro de 2020, a administração judicial passou para a Pantalica Partners, que colocou a companhia em contato com investidores interessados em seus ativos.
A nova alteração à reorganização da companhia permite a venda dos ativos. Além disso, a empreiteira afirma que conseguirá pagar a todos os credores, de trabalhadores a pequenas e médias empresas. Os bancos credores receberam ativos em troca do pagamento dos débitos da companhia.
Os problemas financeiros da UTC começaram quando, em 2014, a companhia foi impedida de fechar novos negócios com a Petrobras (PETR3) por causa das apurações de desvios de recursos na Operação Lava Jato. Em 2017, a empreiteira fechou um acordo de leniência, que permitiu seu retorno às licitações. Ainda assim, teve de recorrer à recuperação judicial.
Além da Pantalica Partners, que presta a assessoria financeira, a UTC conta com o escritório Leite, Tosto & Barros Advogados como assessor jurídico.
Veja também
- Mais alinhadas, menos maquiadas: as empresas que de fato são ESG
- Facundo Guerra: ‘Bilionários são descolados da realidade’
- RLP: o que é e como funciona?
- JHSF dispara: o que esperar da ação
- Impacto econômico da pandemia: vidas perdidas podem custar R$ 25 tri ao Brasil