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Energisa vê espaço para aumentar investimentos em gás no Nordeste com Infra Gás

A Energisa opera desde o ano passado a ESGás, e no início deste ano decidiu entrar também na comercialização de gás natural a clientes livres, em movimento de diversificação de seu portfólio de soluções energéticas

A Energisa está reforçando sua aposta na distribuição de gás canalizado com a compra de uma holding com participações em cinco concessionárias do Nordeste, uma aposta considerada “única” em um mercado com amplo potencial de crescimento e oferta competitiva do insumo, disseram executivos da companhia nesta segunda-feira.

Pouco mais de um ano depois de ter ingresso na distribuição de gás, a Energisa anunciou na sexta-feira (10) passada um acordo para aquisição da Infra Gás, empresa que negocia a assunção da fatia de 51% da Compass na Norgás, que por sua vez detém fatias minoritárias em distribuidoras nordestinas.

Com a operação, estimada em R$ 890 milhões, a Energisa passará a ser acionista indireta não controladora das concessionárias Cegás (CE), Copergás (PE), Algás (AL), Potigás (RN) e Sergas (SE).

A companhia prevê concluir a transação em julho, considerando a avaliação do negócio pelo órgão antitruste Cade e os pagamentos à Infra Gás e Compass.

Em teleconferência para comentar o negócio, o CEO da Energisa, Ricardo Botelho, destacou as transformações observadas no mercado de gás nos últimos anos, após a aprovação de um novo marco legal em 2021, como a maior desconcentração da cadeia — o que já havia levado a Energisa a investir no segmento com a compra da concessionária capixaba ESGás.

“O Nordeste é um dos locais do Brasil onde os efeitos dessa dinâmica tem produzido os melhores resultados em prol da competitividade do preço do gás natural, que se torna ainda mais concreta com o aumento da produção local com o projeto Sergipe Águas Profundas, que deve entrar em operação em 2028-2029”, afirmou Botelho.

O projeto Sergipe Águas Profundas, da Petrobras, é uma das principais apostas para elevar a oferta de gás natural no país, em uma agenda de forte interesse do governo federal.

“A região tem elevado potencial de crescimento, com baixa saturação, e a penetração do gás natural canalizado é cinco vezes menor que da área de concessão da Comgás (distribuidora de São Paulo)”, disse o executivo, acrescentando que a tarifa cobrada também oferece espaço para que as concessionárias elevem o nível de investimentos na rede.

A Energisa opera desde o ano passado a ESGás, e no início deste ano decidiu entrar também na comercialização de gás natural a clientes livres, em movimento de diversificação de seu portfólio de soluções energéticas.

A aquisição da Infra Gás também posiciona a companhia para uma eventual privatização dessas distribuidoras nordestinas, controladas pelos respectivos Estados, observou Botelho.

“A estrutura de acordo de acionista garante um direito de preferência sobre eventuais alienações de sócios, o que possibilita também um ‘leverage’ competitivo na caso da privatização”.

(Por Letícia Fucuchima)

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