Fachada do prédio administrativo do GPA
Fachada do prédio administrativo do GPA

A família Coelho Diniz, uma das maiores acionistas do GPA, vai enviar, nos próximos dias, uma proposta de chapa de candidatos para a eleição do Conselho de Administração. As indicações vão ser incluídas nos documentos de convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

O GPA divulgou um fato relevante para informar ter recebido o documento dos Coelho Diniz na sexta-feira. A convocação da AGE ocorrerá assim que a lista de candidatos for recebida, seguindo os procedimentos do Estatuto Social e normas de governança interna.

A carta ao GPA foi assinada por André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz. Juntos, os Coelho Diniz ampliaram sua participação na companhia a quase 25% em agosto. Após o movimento, a família pediu convocação da AGE para decidir sobre a destituição integral do conselho de administração e eleição de novos membros.

Com o clima tenso entre os diversos acionistas principais, os Coelho Diniz passaram a liderar as conversas para desatar os nós entre os grupos de acionistas mais relevantes. Conforme a comunicação do GPA, as costuras entre os blocos estão sendo conduzidas pela família mineira e as conversas têm sido “frutíferas” antes da nova assembleia.

O jeito mineiro no GPA

A família Coelho Diniz é dona de um grupo de supermercados de mesmo nome que opera dezenas de lojas no leste de Minas Gerais. A rede tem um centro de distribuição e 22 unidades espalhadas por Governador Valadares e cidades próximas, como Teófilo Otoni, Ipatinga e Caratinga. A empresa não divulga suas informações financeiras, mas estima-se no setor que o faturamento da rede esteja ao redor de R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões ao ano. 

Já o GPA é controlador de marcas como Pão de Açúcar e Extra. Fundado pela família Diniz em 1948, o GPA é referência no setor de supermercados no Brasil.

Além dos 24,6% dos Coelho Diniz, o GPA tem como principais acionistas o varejista francês Casino, com 22,5%, Ronaldo Iabrudi e seu grupo, com 12%, e Nuveen, 8%. O investidor Rafael Ferri detém algo em torno de 1,5% mas, junto com seu grupo, chega a perto de 5,5%. O restante do capital é bastante pulverizado. 

O GPA anunciou nesta segunda-feira (1º de set) que Ronaldo Iabrudi reduziu sua participação na companhia para cerca de 3,22%, equivalente a 15,8 milhões de ações. O executivo já foi presidente-executivo do grupo entre 2014 e 2018 e é atualmente presidente do conselho de administração.

Briga de poder nos bastidores

O atual conselho do GPA foi eleito recentemente, no início de maio, após uma intensa disputa pelo poder nos bastidores que culminou no embate para a formação do colegiado, opondo o grupo liderado pelo empresário Nelson Tanure e outra chapa apoiada por Ferri e os Coelho Diniz.

Tanure foi derrotado na ocasião e, desde então, passou a reduzir a participação no GPA, que chegou a ser de 10%. Dos três candidatos indicados pelo empresário na ocasião, apenas um Sebastián Dario Los, foi eleito.

A novela, no entanto, teve mais capítulos mesmo após a eleição do novo conselho. Em meados de agosto, André Francez Nassar, membro efetivo, e Diego Xavier Mendes, suplente, ambos indicados pelo investidor Rafael Ferri, assinaram suas cartas de renúncia ao conselho fiscal da companhia.

Os executivos fizeram na ocasião fazendo pesadas críticas à gestão da companhia. “Qualifico a gestão da empresa como incompetente, irresponsável, conflitada e opaca”, disse em sua carta de renúncia André Nassar.

Antes disso, Sebastian Dario Los, indicado por Tanure, e Edison Ticle, representante do grupo de Ferri, que integram o conselho de administração, também renunciaram aos cargos que mantinham no comitê de auditoria.

Disclaimer: Este texto foi escrito por um agente de inteligência artificial a partir de informações oficiais e de bases de dados confiáveis selecionadas pelo InvestNews. O trabalho foi revisado pela equipe de jornalistas do IN antes de sua publicação.