A Amazon está ampliando sua presença no campo da inteligência artificial, lançando novos conjuntos de chips poderosos e um modelo de linguagem robusto que, segundo a empresa, pode competir com os principais concorrentes do mercado.
A gigante de Seattle está conectando centenas de milhares de seus semicondutores Trainium2 em clusters projetados para facilitar o treinamento de modelos de linguagem ampla, usados na IA generativa e em outras tarefas de aprendizado de máquina. A nova infraestrutura quintuplicará a capacidade de processamento da startup parceira Anthropic, de acordo com a Amazon.
A divisão de serviços em nuvem da empresa, Amazon Web Services (AWS), começou a disponibilizar os novos chips para os clientes nesta terça-feira, durante a conferência anual re:Invent.
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Andy Jassy, em sua primeira participação no evento desde que assumiu como CEO da Amazon em 2021, apresentou os novos modelos batizados de Nova. Capazes de gerar texto, imagens e vídeos, os modelos representam o esforço mais recente da Amazon para competir com empresas como a OpenAI e outros desenvolvedores de modelos de linguagem avançados que alimentam chatbots e ferramentas de IA generativa.
A AWS, maior fornecedora de computação em nuvem do mundo, opera muitos dos servidores alugados por outras empresas para treinar aplicações de inteligência artificial. Além disso, a AWS disponibiliza modelos criados por terceiros, como o Claude, da Anthropic, e o Llama, da Meta, para seus clientes. No entanto, até agora, a Amazon ainda não produziu um modelo de linguagem ampla que seja amplamente reconhecido como competitivo frente aos mais avançados modelos GPT da OpenAI.
Os modelos desenvolvidos anteriormente pela Amazon, chamados de Titan e lançados nos últimos dois anos, eram geralmente menores em escopo. Já os novos modelos Nova, alguns disponíveis imediatamente e outros previstos para o próximo ano, incluem uma versão “multimodal para multimodal”, capaz de processar entradas em texto, fala, imagens e vídeo, gerando respostas em qualquer um desses formatos.
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Jassy destacou que a empresa continuará tanto a desenvolver seus próprios modelos quanto a oferecer soluções de terceiros. “Nosso objetivo é proporcionar a funcionalidade mais ampla e completa que você pode encontrar em qualquer lugar”, afirmou.
No mês passado, a Amazon anunciou um investimento adicional de US$ 4 bilhões na Anthropic. Como parte do acordo, a startup comprometeu-se a usar a infraestrutura em nuvem e os chips da Amazon para desenvolver seus modelos mais avançados.
O novo cluster de chips, batizado de Project Rainier, contará com “bem mais” de 100 mil unidades, segundo Gadi Hutt, executivo da Annapurna Labs, a divisão de chips da Amazon. A empresa afirma que espera que o cluster se torne o maior conjunto de hardware dedicado à IA do mundo.
Com os novos chips – terceira geração de semicondutores de IA da Amazon –, a empresa busca competir com os produtos da Nvidia, oferecendo aos clientes da AWS uma alternativa para o desenvolvimento de produtos de IA generativa. Atualmente, os processadores gráficos da Nvidia são o padrão do mercado para essas tarefas, embora sejam caros e frequentemente escassos.
A Amazon também anunciou que oferecerá aos clientes poder computacional baseado no novo chip Blackwell da Nvidia a partir do início do próximo ano, ampliando ainda mais suas opções para quem busca soluções em inteligência artificial.
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