Honda e Nissan estudam fusão para enfrentar Toyota, diz Nikkei

A Honda e a Nissan estão se preparando para iniciar negociações sobre uma possível fusão, que pode, eventualmente, ser expandida para incluir a Mitsubishi Motors, informou o jornal japonês Nikkei na terça-feira (17).

Tal acordo criaria um rival automotivo para a Toyota Motor, consolidando efetivamente a indústria automobilística japonesa em dois grandes blocos, além de fornecer à Honda e à Nissan mais recursos para competir globalmente com concorrentes maiores. A iniciativa seguiria uma decisão das duas empresas no início deste ano de trabalharem juntas em baterias e softwares para veículos elétricos.

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Naquela ocasião, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, sugeriu a possibilidade de uma parceria de capital com a Nissan.

Embora a Honda e a Nissan não tenham confirmado a informação desta terça-feira, ambas montadoras emitiram declarações que reiteraram seus compromissos anteriores com futuras colaborações.

“Nós informaremos nossos acionistas sobre quaisquer atualizações no momento apropriado”, disse a Honda em sua declaração.

As duas grandes montadoras japonesas planejam assinar um memorando de entendimento para discutir participações acionárias compartilhadas em uma nova holding, sob a qual ficaria a empresa combinada, afirmou o Nikkei, sem citar fontes. A fusão ajudaria os fabricantes a competir com rivais no segmento de veículos elétricos, como a Tesla Inc. e montadoras chinesas, acrescentou o jornal.

A Nissan tem intensificado seus esforços de reestruturação para lidar com o crescimento estagnado da receita e a queda nos lucros. A empresa enfrenta pressão de um acionista ativista e uma dívida elevada, que tem gerado especulações no mercado de crédito sobre sua classificação de grau de investimento. A montadora desfez parcialmente uma complexa parceria estratégica de 25 anos com a francesa Renault SA.

As notícias sobre as negociações de fusão surgem após o Financial Times ter relatado no mês passado que a Nissan estava procurando um investidor âncora para substituir parte da participação acionária da Renault e que não havia descartado a possibilidade de a Honda comprar algumas de suas ações.

A Honda tem ajustado sua estratégia para aumentar a produção de veículos híbridos a gasolina e elétricos, ao mesmo tempo que investe mais na ampliação da capacidade de produção de veículos totalmente elétricos.

Juntas, Honda, Nissan e Mitsubishi venderam cerca de 4 milhões de veículos globalmente nos primeiros seis meses do ano, bem abaixo dos 5,2 milhões vendidos pela Toyota sozinha.