O Santander Brasil (SANB11) divulgou nesta quarta-feira (26) um lucro líquido recorrente de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre, um recuo de 45% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação trimestral, houve alta de 7,9%.
Analistas consultados pela Refinitiv haviam previsto que o lucro do banco no trimestre atingiria R$ 2,47 bilhões. Por volta de 14h, a ação do banco passou a subir em torno de 0,3%, após operar em baixa pela manhã.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), que mede a rentabilidade do banco, ficou em 11,2%, o que corresponde a um recuo de 9,9% na comparação anual.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias totalizou R$ 4.810 milhões no segundo trimestre, uma leve alta de 0,1% frente ao mesmo intervalo do ano anterior, e alta de
2,4% em relação ao primeiro trimestre. O resultado foi beneficiado por maiores receitas de corretagem e colocação de títulos, seguros e cartões.
Em comunicado, o CEO do banco, Mario Leão, afirmou que a instituição financeira começou a sentir os efeitos positivos da maior seletividade de crédito aplicada a partir do final do quarto trimestre de 2021.
“Observamos melhora da provisão para devedores duvidosos e do indicador de inadimplência de curto prazo nesse trimestre, evidenciando a qualidade das safras novas, o que permite viés de melhora do custo de crédito ao longo de 2023 e capacidade de retomada de crescimento”.
Mario Leão, CEO DO BANCO.
A margem financeira bruta foi de R$ 13,5 bilhões, queda de 6,3% na comparação anual. Já as despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) foram de R$ 5,9 bilhões, avanço de 4,1% em relação ao segundo trimestre do ano anterior.
Reação ao balanço
Para o BTG Pactual, os números foram fracos e ficaram abaixo das expectativas. “O Santander foi o primeiro banco a experimentar uma desaceleração no crescimento de empréstimos e o primeiro a mostrar uma aumento de NPLs (créditos inadimplentes).
Embora agora estejamos vendo alguma melhora no portfólio, a maior seletividade em relação a clientes de “classe superior” e segmentos de empréstimos de menor risco impactaram significativamente a marquem líquida de juros e, consequentemente, a lucratividade.
O BTG reiterou recomendação de venda dos papéis do Santander. “Embora a piora na qualidade dos ativos pareça ter ficado para trás, os níveis persistentemente altos de empréstimos e o menor índice de cobertura nos deixam cautelosos sobre qualquer recuperação rápida”, diz o banco em relatório.
Para os analistas do Inter, a eficiência do banco segue deteriorada, dados os menores níveis de receitas em razão da seletividade atual do banco no crédito e maiores despesas administrativas pressionadas pela inflação e pessoal.
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