Os esforços da Azul para levantar US$ 400 milhões em uma nova emissão de dívida encontraram mais um obstáculo. Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a companhia aérea está com dificuldades para levantar os recursos.
O Jefferies Financial Group vinha contactando potenciais investidores para ajudar a Azul a levantar capital através da venda de nova dívida conversível em ações, mas o banco até agora não conseguiu atingir o valor total, segundo as fontes.
Um porta-voz da Azul se recusou a comentar. O Jefferies não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Azul fechou este mês um acordo com arrendadoras e fornecedores de peças que reduziria sua dívida em R$ 3 bilhões (US$ 530 milhões) em troca de 100 milhões de novas ações preferenciais. Mas o acordo está condicionado à obtenção do novo financiamento que o Jefferies tem tentado organizar.
Levantar capital novo é crucial para reforçar a posição de caixa da Azul e endereçar necessidades de refinanciamento de curto prazo. A empresa tem enfrentado dificuldades com altas taxas de juros, custos voláteis de combustível e um real brasileiro mais fraco. A variação cambial fez sua dívida bruta aumentar, enquanto o fechamento de um aeroporto importante no sul do Brasil prejudicou os resultados.
A Bloomberg reportou em agosto que a Azul avaliou opções incluindo uma oferta subsequente de ações e pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (o chamado “Chapter 11”) para lidar com suas obrigações de dívida. Após a reportagem, a empresa disse em comunicado regulatório que estava analisando opções, incluindo levantar dívida usando sua unidade de cargas como garantia, e que preferia “soluções comerciais”.
Cerca de US$ 68 milhões vencem em pagamentos de títulos este mês, segundo a Moody’s Ratings, um valor que analistas disseram que a empresa pode administrar. Em 30 de junho, a Azul tinha R$ 1,5 bilhão em dívida vencendo no curto prazo e cerca de R$ 1,4 bilhão em caixa prontamente disponível, segundo a Fitch Ratings.
A Azul é a única transportadora das três que dominam o maior mercado de viagens aéreas da América Latina a ter evitado pedir proteção contra falência. Mas tem enfrentado dificuldades para fortalecer seu balanço, apesar de ter renegociado com arrendadoras e concluído uma troca de títulos que adiou vencimentos para pelo menos 2028.
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