O principal acionista e filho do fundador da varejista Via (VIIA3), Michael Klein, criticou duramente a administração da empresa pelo aumento da remuneração total da diretoria aprovado em assembleia em 2022, no valor de 64,66%. Segundo o empresário, o valor correto seria de 20,75%. A Via rebateu os argumentos, pediu retratação e afirmou que tomará medidas legais cabíveis.
Numa carta à assembleia de acionistas que aprovou a proposta, Klein diz que a remuneração de R$ 105 milhões teve aumento injustificado e que “o robusto pacote” não guarda correlação direta com a rentabilidade da companhia nos últimos anos, que deixou de distribuidr dividendos, especialmente se comparada a concorrentes como Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3).
“A administração da Companhia lamenta a atitude adotada pelos acionistas signatários da manifestação, que decidiram expressar opiniões que carecem de qualquer embasamento técnico ou fático, expressando, portanto, visões infundadas sobre a remuneração global proposta pela administração da Companhia, devidamente aprovada pelos acionistas na AGE”, diz o manifesto.
Apesar da abstenção de Klein e seus veículos de investimento, que detêm 10,2% do capital da companhia, a proposta de remuneração acabou sendo aprovada em assembléia no dia 8 de julho, que teve sua ata divulgada somente nesta quinta-feira (14).
Em documento também na ata, a Via chamou de “visões infundadas” as manifestações de Klein, com “equívocos” de ordem técnica, fática e lógica.
Prejuízo em 2021
A Via teve prejuízo contábil de R$ 297 milhões em 2021, enquanto o resultado operacional ficou positivo em 538 R$ milhões.
No ano passado, os papéis da Via acumularam um declínio em torno de 67,5%, contra 71% de Magazine Luiza e 58% de Americanas. Em 2022, contabilizam perdas de cerca de 52%, 60,5% e 46%, respectivamente.
*Com Reuters
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