Milícias, traficantes e quadrilhas impedem o acesso de técnicos da operadora de telecomunicações Oi (OIBR3) à infraestrutura da empresa em 105 localidades da região metropolitana do Rio de Janeiro, além de municípios como Angra dos Reis, Búzios, Cabo Frio e Itaguaí. Os dados foram apresentados pelo gerente de Relações Institucionais da Oi, Alexander Castro, durante webinar sobre “segurança e integridade da infraestrutura de redes” no Painel Telebrasil 2021.
Segundo ele, as informações fazem parte de um mapeamento da própria companhia no Rio de Janeiro.
O levantamento mostra que, em agosto de 2019, havia impedimento de acesso a 25 áreas na região metropolitana do Rio. O número avançou para 81 em fevereiro de 2021 e atingiu 105 localidades em 1º de setembro. “Não estamos fantasiando ou exagerando”, disse Castro. “O problema é grave e vem crescendo.”
Ele explicou que a empresa caracteriza o impedimento de acessar as localidades de diferentes formas, como através da área de segurança da companhia, por ocorrências registradas na polícia ou através de entrevistas feitas na comunidade, em visitas locais. Ou simplesmente quando quadrilhas impedem o acesso dos técnicos.
“Em visitas aos locais, percebe-se que as quadrilhas impedem que os nossos técnicos acessem a área para entrar na estação, fazer manutenção, substituir cabo roubado ou danificado. Isso também prejudica os assinantes. Os usuários ficam sem usufruto do serviço. E também afeta imagem da empresa”, disse ele.
Além da impossibilidade de acessar áreas, a Oi apresentou dados sobre vandalismo, roubos e furtos sofridos pela empresa, neste caso em todo o país, em 2020. Foram 73 mil registros de roubo ou furto de cabos e equipamentos. São 3,5 milhões de metros de cabo de cobre roubados ou furtados, além de 1.000 equipamentos (como placas de transmissão, roteadores).
“A Polícia Civil, na medida do possível, busca fechar o cerco no caminho desse cobre. Não estamos mais falando de usuários de crack que roubam cobre para derreter e fazer dinheiro para comprar droga. Estamos falando de organização criminosa, quadrilha, que efetivamente fazem uso do material roubado, seja para vender como sucata ou para fornecer para entidades que fazem uso desse tipo de serviço clandestino”, afirmou.
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