Empresas latino-americanas poderão repor pelo menos parte das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) de companhias chinesas que desapareceram dos mercados ocidentais, afirmou um executivo da Nasdaq em entrevista à Reuters.
Reguladores em Pequim e Washington aumentaram a pressão sobre as empresas chinesas listadas nos Estados Unidos, e discussões sobre acesso a relatórios de auditoria podem levar empresas chinesas a serem expulsas das bolsas norte-americanas.
Neste ano, não houve listagens de empresas chinesas nos EUA, depois de 29 IPOs no ano passado. Quatro companhias latino-americanas foram listadas no país, abaixo das 20 listagens do ano passado, e 11 empresas de países do Sudeste da Ásia fizeram IPOs, comparados a 19 no ano passado.
O chefe global de mercados de capitais da Nasdaq, Bob McCooey, esteve em São Paulo na semana passada para discutir potenciais listagens com empresas brasileiras e para participar do evento de investimentos da XP Inc. (XPBR31).
A última listagem latino-americana foi a da Semantix, uma empresa de tecnologia que chegou à Nasdaq na semana passada numa combinação de negócios com a SPAC Alpha Capital. O banco digital Inter migrou para a Nasdaq em junho.
“Minha visita a São Paulo em 2022 me lembra muito de viagens à China em 2008, estamos vendo o ecossistema para empresas de tecnologia crescer e várias companhias interessantes”, disse McCooey em entrevista à Reuters.
Além de empresas de venture capital com experiência, a América Latina começa a ter empreendedores “seriais”, que reinvestem recursos de venda de empresas em novas companhias. Nos últimos cinco anos, 37 empresas latino-americanas e 159 chinesas se listaram na Nasdaq.
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