A Nippon Steel está buscando um local capaz de abrigar uma usina siderúrgica com capacidade anual de 3 milhões de toneladas, disse o vice-presidente Takahiro Mori em entrevista. A planta, que será operada pela subsidiária United States Steel Corp., também precisará de fornecimento de energia estável e a preço competitivo.
“O que estamos imaginando é algo como a Big River 2”, disse Mori, referindo-se à instalação existente da US Steel em Osceola, Arkansas. Ele afirmou que a decisão sobre os estados pré-selecionados deve ser tomada por volta do fim do próximo verão.
O investimento será um componente-chave da meta de lucro de 1 trilhão de ienes (US$ 6,4 bilhões) da Nippon Steel. Ele também deve ajudar a recuperar parte dos US$ 14,1 bilhões gastos na aquisição da empresa norte-americana — negócio concluído apenas em junho após 18 meses de negociações marcadas por disputas políticas nos EUA.
A eletricidade estável e de baixo custo é importante porque a nova instalação operará fornos a arco elétrico, um método de produção de aço mais ecológico, porém com alto consumo de energia. A Nippon Steel também considerará incentivos fiscais e a infraestrutura necessária para lidar com grandes volumes de matérias-primas, disse Mori.
O processo de seleção coincidirá com a expiração dos acordos de negociação coletiva de quatro anos da US Steel com o sindicato United Steelworkers, em setembro de 2026. Mori preferiu não comentar quando questionado sobre um possível novo acordo, dizendo apenas que as conversas ainda não começaram. A Nippon Steel e o sindicato travaram uma disputa intensa sobre a aquisição da US Steel pela empresa japonesa, com ambos os lados abrindo — e depois retirando — ações judiciais um contra o outro. Desde então, as relações mostram sinais de melhora.
Os EUA e a Índia continuarão sendo mercados-chave para a Nippon Steel dentro de uma estratégia de médio prazo que será revisada até o fim do ano, disse Mori. A empresa também ampliará suas operações na Tailândia, tornando o país “um dos principais pilares” de seus negócios no exterior, acrescentou.
Os mercados de crescimento da Nippon Steel estão no exterior e devem permanecer assim, afirmou Mori, já que o mercado doméstico japonês enfrenta um duplo desafio persistente: queda na demanda e um influxo de produtos chineses de baixo custo. “Não há fim à vista” para o excesso de oferta da China, disse ele.
