A Light (LIGT3) anunciou na tarde desta terça-feira (17) que Octavio Cortes Pereira Lopes, diretor-presidente da empresa, deixará as suas funções, que serão assumidas por Alexandre Nogueira Ferreira, diretor de regulação e relações institucionais da empresa. Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, a notícia é positiva e importante para o futuro da companhia.
De acordo com a empresa, a mudança, que faz parte de um período der transição aprovada pelo conselho de administração, acontecerá tão logo se conclua a reestruturação financeira em curso da Light, ou 31 de dezembro de 2023, o que ocorrer primeiro.
“A nomeação de Alexandre Nogueira, com sua vasta experiência e boas relações no setor, é vista como promissora para a empresa e suas perspectivas futuras”, avalia Lima.
Nesta terça-feira (17), a ação da Light fechou em queda de 2,11%, a R$ 5,11. Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, o mercado acaba não precificando essa notícia de imediato, pois essa troca já era tida como certa há um tempo.
Reflexos no futuro da Light
E maio, a empresa informou que entrou com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, citando dívidas de cerca de R$ 11 bilhões.
Em fato relevante na época, a companhia elétrica afirmou que os desafios de sua situação econômico-financeira se agravaram apesar de seus esforços recentes para equacioná-la.
Isso demandou a “tomada urgente” de outras medidas, disse a Light, para preservar “manutenção dos serviços prestados no âmbito das concessões de titularidade do Grupo Light, continuidade no estrito cumprimento das obrigações intrasetoriais, preservação de valor e a promoção de sua função social”.
“A troca de CEO da Light, no geral, é vista como uma boa notícia, principalmente pelos credores da empresa. A mudança é percebida como um passo positivo para avançar nas negociações e resolver questões pendentes relacionadas à reestruturação financeira e à recuperação judicial”, aponta Lima.
No dia 11 de setembro, a Light informou ao mercado que seu conselho de administração confirmou a desistência da elaboração de um plano de recuperação judicial. De acordo com a empresa, o novo plano tem várias etapas e eventos
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Números da Light
Ao final de 2022, a dívida líquida consolidada da Light era de R$ 9 bilhões, sendo que mais de R$ 3 bilhões tem vencimento previsto para 2023 e 2024. Entre os motivos para a piora recente de sua situação financeira, a elétrica citou o “agravamento do notório e peculiar contexto de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro”, situação que a impede de atuar em alguns locais de sua área de concessão, levando a perdas de receita com furtos de energia, por exemplo.
A Light encerrou 2022 com um prejuízo de R$ 5,6 bilhões, devido a efeitos não recorrentes contabilizados no último trimestre do ano passado, que impactaram de forma negativa o resultado. De acordo com a TC/Economatica, foi o pior resultado de todas as companhias listadas na bolsa de valores brasileira no período. Em 2021, a distribuidora havia registrado lucro de R$ 398 milhões.
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