As empresas querem garantias de que seus pedidos do modelo H20 da Nvidia, que recuperou a permissão para vender na China em julho, estão sendo processados. Elas também estão monitorando de perto os planos da Nvidia para um chip mais potente, provisoriamente chamado de B30A e que é baseado em sua arquitetura Blackwell, disseram duas das fontes.
Se o governo dos EUA aprovar a venda, o B30A provavelmente custará cerca do dobro do H20, que atualmente é vendido por entre US$ 10 mil e US$ 12 mil, disseram as duas fontes.
Empresas de tecnologia chinesas consideram o preço potencial do B30A, divulgado pela primeira vez pela Reuters, como um bom negócio. Uma delas afirmou que o B30A promete ser até seis vezes mais potente que o H20.
Ambos os chips são versões rebaixadas de modelos vendidos fora da China, desenvolvidos especificamente para atender às restrições de exportação dos EUA.
Todas as fontes deste artigo não foram autorizadas a falar com a mídia e não quiseram ser identificadas.
A China gera 13% da receita da Nvidia. Ter acesso a chips de IA de ponta é um dos maiores fatores críticos na guerra entre EUA e China pela supremacia tecnológica.
Por um lado, os EUA recuaram de sua posição anterior de restrições mais severas às vendas de chips avançados da Nvidia para a China.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também fechou um acordo com a Nvidia para que ela dê ao governo norte-americano 15% de sua receita no H20.
Ao mesmo tempo, a China está ansiosa para que sua indústria de tecnologia se afaste dos chips dos EUA. As autoridades chinesas convocaram empresas, incluindo a Tencent e a ByteDance, para tratar de suas compras de H20, pedindo que explicassem os motivos e expressando preocupações sobre riscos de informação, disseram fontes no mês passado.
No entanto, as empresas não receberam ordens para interromper as compras de produtos da Nvidia.
Vendas da Nvidia
Apesar da pressão, a demanda por chips Nvidia permanece forte na China devido à oferta limitada de produtos de rivais nacionais como Huawei e Cambricon.
Alibaba, ByteDance e Tencent não responderam aos pedidos de comentários. Huawei e Cambricon também não responderam aos pedidos da Reuters.
Questionada sobre sua posição em relação aos rivais na China, a Nvidia informou em um comunicado que “a concorrência inegavelmente chegou”. A empresa não quis fazer mais comentários.
A falta de clareza sobre as perspectivas da Nvidia na China levou a empresa norte-americana a divulgar, no final de agosto, uma previsão de vendas trimestrais morna, que excluía a receita potencial da segunda maior economia do mundo. A empresa, que é hoje a mais valiosa do mundo, viu suas ações desvalorizarem 6% desde então.