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Órgão dos EUA inicia análise para reativação de usina nuclear de Three Mile Island

Palco do maior acidente nuclear dos EUA, usina deve ser reativada após parceria bilionária com a Microsoft

Com um encontro público nesta sexta-feira (25), reguladores das atividades nucleares dos Estados Unidos iniciaram um esperado processo para avaliar os inéditos planos da Constellation Energy de retomar a produção em uma das duas usinas desativadas de Three Mile Island.

A Constellation, que anunciou no mês passado ter assinado um acordo de 20 anos de energia com a Microsoft, possibilitando assim a reabertura do reator da Unidade 1 de Three Mile Island, apresentou seu projeto para retomar a licença sobre a usina para a Comissão Regulatória Nuclear.

A companhia também quer estender a vida útil da usina e mudar seu nome para Crane Clean Energy Center.

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Usina nuclear de Three Miles Island
Usina nuclear de Three Miles Island, na Pensilvânia. Foto: Andrew Harrer/Bloomberg

Pior acidente nuclear dos EUA

Three Mile Island, localizada na Pensilvânia, em uma ilha fluvial no rio Susquehanna, é conhecida pelo derretimento parcial do reator de sua Unidade 2, ocorrido em 1979. Tal unidade foi permanentemente fechada e está sendo desmontada.

Membros do comitê pediram detalhes sobre os planos de retirada emergencial de pessoas para que a usina seja reativada, além de informações sobre o acordo comercial com a Microsoft, também requisitando à Constellation que avance rapidamente para obter as atualizações relacionadas ao uso de água na usina.

O órgão também fez perguntas sobre se a reativação da Unidade 1 interferiria na desmontagem da Unidade 2, que começou no ano passado, quase 45 anos após o derretimento parcial.

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Usinas de empresas diferentes

A EnergySolutions, com sede em Utah, é dona da Unidade 2 e sua infraestrutura, enquanto a Constellation é dona da Unidade 1 e das terras da ilha. Por motivos econômicos, a Unidade 1 parou de operar em 2019, cerca de 15 anos antes de sua licença expirar.

A Constellation espera agora reativar a Unidade 1, que tem capacidade de produzir 835 megawatts, fornecendo energia para a rede e assim compensando o uso de eletricidade do data center da Microsoft na região.

O aumento crescente da demanda por eletricidade nos EUA, puxado em partes pela expansão dos data centers das Big Techs em virtude da inteligência artificial, recuperou o interesse na indústria nuclear norte-americana, que passava por dificuldades.

Neste ano, a Constellation realizou testes iniciais no reator para verificar se ele estava em condições técnicas e financeiras de ser reativado.

“Entendemos como o desativamos, e temos uma boa ideia de como vamos reativá-lo”, afirmou o gerente da usina, Trevor Orth, em reunião com o comitê.

Ativistas prometeram lutar contra o projeto por questões ambientais e de segurança, incluindo o armazenamento de resíduos nucleares no local.

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