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Pacote de crédito beneficia bancos de formas diferentes, dizem analistas

Santander, Bradesco, BB e BTG devem ser favorecidos por diferentes razões, pontuam especialistas.

Apesar de boa parte das informações ainda serem preliminares, o pacote de medidas anunciado nesta quinta-feira (20) pelo governo para estimular o crédito foi, de maneira geral, bem recebido por especialistas. Enquanto a expectativa de impactos para a economia e consumidores é de impacto positivo, para os bancos os efeitos devem ser diferentes para cada instituição. 

Entre as ações anunciadas que impactam o mercado de crédito bancário estão novas regras para crédito em parcerias público-privadas (PPPs), um novo marco de garantias, simplificação e desbucroratização do crédito. 

Para Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos, “algumas das medidas irão aumentar a atratividade dos investimentos para grandes projetos, beneficiando bancos que costumam estruturar esse tipo de operação”. Nesse caso, explica o especialista, a medida favoreceria o Santander (SANB11). 

Pessoas passam em frente a agência do Banco Santander no centro do Rio de Janeiro 29/01/2018 REUTERS/Ricardo Moraes

O analista acrescenta que o pacote ainda “aumenta a disponibilidade de informações para ampliação de crédito no país, principalmente voltado ao público de menor renda”. Nesse caso, o impacto seria positivo para bancos mais expostos aos clientes pessoas físicas, a exemplo do Bradesco (BBDC3 e BBDC4). 

Isso porque “algumas das medidas ampliam acesso dos bancos a dados e garantias que antes não poderiam ser usadas, como recursos de previdência, seguros e títulos de capitalização”, explica Gracia. 

Também comparando os impactos das medidas para os bancos, Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, avalia que “bancos como Santander e Bradesco podem sentir um pouco mais por conta do seu perfil de crédito ser mais arrojado, o que implica mais risco, enquanto terão que brigar por operações de maior qualidade com os demais, em especial o Itaú (ITUB3 e ITUB4)”.

Já o Banco do Brasil (BBAS3) deve se beneficiar “por conta dos benefícios de crédito que disponibilizam, em especial para o produtor rural”, comenta o especialista.

Fachada de Agência do Banco do Brasil. Crédito: Agência Brasil

Milton Rabelo, analista da VG Research, acrescenta que “algumas medidas anunciadas objetivam aumentar a emissão de debêntures, o que pode favorecer instituições financeiras expostas à emissão de crédito privado como o BTG Pactual (BPAC11) e o BR Partners, por exemplo”.

Impacto mais amplo

Alves avalia que “as ações dos bancos podem ser impactadas positivamente pelo pacote anunciado pelo governo, pois ele vai ajudar a dar liquidez ao mercado, que significa mais dinheiro circulando na economia, e disponível para negociação”. 

Porém, os especialistas comentam os efeitos mais amplos que as medidas podem ter não somente sobre o setor bancário, mas a economia como um todo. 

Nesse sentido, Rabelo, da VG Research, afirma que, “de maneira geral, as medidas propõem melhorias institucionais relevantes que tendem a estimular a oferta de crédito no país, em um momento no qual os bancos parecem mais relutantes em realizar novos empréstimos”.

Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research, comenta os impactos que as medidas podem ter sobre outros setores. Veja no vídeo abaixo:

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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