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Negócios

Rombo nas Americanas: 5 possíveis impactos para a empresa

A descoberta de inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões nas Americanas (AMER3) deve trazer consequências negativas para a empresa no curto, médio e longo prazo. É o que avaliam analistas que cobrem o setor de varejo.

Vários bancos e corretoras colocaram a ação sob revisão, após as revelações feitas esta semana pelo ex-CEO da companhia, Sergio Rial, e pelo diretor de Relações com Investidores e CFO, André Covre, que renunciaram aos cargos.

SERGIO RIAL

Os executivos haviam assumido seus postos apenas 9 dias antes, em 2 de janeiro. A empresa anunciou que seus balanços, que haviam sido auditados pela PWC, serão analisados por uma consultoria independente, junto a um comitê do qual Rial será assessor.

Em encontro com acionistas na quinta, Rial explicou que uma estrutura comum de antecipação de pagamento a fornecedores era registrada na conta de fornecedores, e não como dívida bancária do balanço da empresa, como deveria ser. Ele usou termos como risco sacado e covenants para explicar as diferenças encontradas e explicou como isso impactou nos resultados da varejista.

Além da queda de 77% na cotação do papel na quinta-feira (12) – que fez a varejista perder em valor de mercado um dia o equivalente a duas Vias (VIIA3) –, a Americanas também teve seus ativos de renda fixa impactados (títulos de dívida emitidos pela companhia).

Impactos para as Americanas

A analista Júlia Aquino, da corretora Rico, listou em relatório divulgado nesta sexta-feira (13) cinco possíveis consequências para as finanças da varejista após a descoberta do rombo bilionário no dia 30 de setembro de 2022, de acordo com explicações de Rial. Veja a seguir:

Endividamento

O rombo de R$ 20 bilhões como potencial impacto de reclassificações são uma estimativa preliminar da companhia acerca do valor que deveria ser reconhecido como dívida bancária no balanço, ressalta Aquino. Segundo ela, a companhia tinha R$ 20,8 bilhões em dívida bruta no 3º trimestre de 2022.

Impacto no caixa

Deve haver impacto relevante na posição de caixa da companhia como resultado dos ajustes a serem feitos. Rial reforçou que isso depende diretamente da postura e disposição de instituições financeiras em manter suas linhas de crédito disponíveis atualmente para a Americanas e seus fornecedores.

Capital para readequar estrutura

Segundo o ex-CEO da empresa e assessor do comitê que vai investigar as inconsistências contábeis, a Americanas deve precisar de capital no curto prazo para readequar sua estrutura de capital depois dos ajustes que serão feitos no balanço.

Eficiência operacional

Rial também mencionou que acredita haver oportunidades de redução das necessidades de aquisição de bens de capital e capital de giro (estoques) em aproximadamente R$ 1 bilhão, cada. Isso poderia ajudar no processo de ajuste financeiro da companhia.

Nova rodada de capitalização

Ainda de acordo com o ex-CEO da varejista, acionistas de referência se comprometeram a apoiar a empresa em uma potencial rodada de capitalização.

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