As varejistas americanas que lançaram artigos temáticos e campanhas de marketing para as celebrar o mês do orgulho-LGBT+ em junho são cada vez mais alvo de grupos hostis que ameaçam boicotes e violência.
Os ataques forçam grandes empresas do setor a elaborar rapidamente uma resposta corporativa, enquanto críticos e grupos de defesa observam de perto.
A Kohl’s é a mais recente empresa a enfrentar ameaças de boicote por conta de sua coleção com o tema Pride. Os comentários online focam particularmente em um macacão infantil com um design que apresenta a Progress Pride Flag, uma versão da famosa bandeira do arco-íris que também inclui faixas simbolizando grupos raciais descriminados.
A onda de críticas conservadoras ocorre uma semana depois que a Target mudou algumas de suas vitrines voltadas para o mês do orgulho para posições menos proeminentes e retirou mercadorias de seu site, citando ameaças feitas contra seus funcionários e lojas. Um representante da Kohl’s não respondeu a um pedido de comentário.
Embora grande parte da reação recente seja impulsionada por um grupo pequeno de comentaristas de direita, com poucas evidências ainda de qualquer impacto nos negócios, uma campanha contra a cerveja Bud Light está em andamento há semanas.
Depois que a marca enviou uma lata promocional de cerveja à atriz e influenciadora transgênero Dylan Mulvaney durante o torneio de basquete universitário, republicanos proeminentes criticaram a promoção e os organizadores online decidiram boicotar.
A participação da Bud Light no mercado americano encolheu para 8% nas quatro semanas até 21 de maio, ante 10,6% no ano passado, segundo dados da Nielsen compilados pelo Citigroup.
E uma resposta da controladora Anheuser-Busch InBev, que só veio duas semanas depois, foi recebida com ceticismo por tanto por críticos anti-trans quanto pelos pró-LGBT+. O comunicado não mencionou direitos trans ou LGBT+ e disse que a empresa estava “no negócio de unir as pessoas para tomar uma cerveja”.
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Target remove produtos após críticas
Grupos de defesa ficaram frustrados com a Target por remover rapidamente os produtos de designers independentes e reduzir a ênfase no tema do orgulho de seus mostruários. A marca ainda é uma das principais patrocinadoras da parada do orgulho de Nova York, como tem sido há muitos anos. A organização do evento na semana passada pediu à empresa que coloque de volta imediatamente os produtos removidos de suas lojas.
A Target não respondeu a um pedido de comentário. Ativistas e especialistas em marketing ressaltam a expectativa de que as empresas assumam posições políticas sobre questões importantes.
“O que estamos testemunhando aqui com a Target é a questão de como você mantém seus valores e também cria um ambiente onde, se esses valores provocarem hostilidade, você ainda pode agir com princípios” disse Ian Schatzberg, diretor executivo e cofundador da agência de branding General Idea.
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