O lucro líquido ficou em R$ 547,2 milhões, alta de 217,8%, mas o número foi turbinado por cerca de R$ 366 milhões em imposto de renda e CSLL diferidos e créditos de PIS/Cofins. Sem esse efeito, o lucro recorrente teria sido de R$ 163,2 milhões, ainda assim 11,6% maior que há um ano. O EBITDA somou R$ 226,5 milhões, com margem de 23,7%.
A Vulcabras vai distribuir R$ 597,7 milhões em dividendos extraordinários, o equivalente a R$ 2,20 por ação. Para isso, a empresa fará um aumento de capital privado do mesmo valor para não elevar a alavancagem em um momento de juros altos e mudanças tributárias, explica o CFO, Wagner Dantas.
Segundo o executivo, o efeito tributário é benéfico para o acionista, uma vez que ele pode pegar esse dividendo, reinvestir na empresa e ter um planejamento tributário posterior. A empresa também mantém ativo um programa de recompra aprovado em março de 2025, válido até setembro de 2026, para até 10 milhões de ações.
A corrida como motor
O crescimento continua vindo principalmente do running. “A Olympikus é a grande estrela desse crescimento. Todas as marcas estão crescendo, mas a Olympikus cresce muito na linha do Corre, que virou quase uma marca dentro da marca”, diz Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras, ao InvestNews.
A linha de calçados esportivos cresceu 22,9% e respondeu por quase 87% da receita. A categoria de outros produtos cresceu 21,1%, com chinelos esportivos ganhando espaço, e que vestuário e acessórios avançaram 9,3%, puxados pela Under Armour, que teve recorde de receita em roupa.
Apesar das oscilações que a companhia diz enxergar no varejo, Bartelle diz que o calendário de 2025 está bem encaminhado e que 2026 já tem encomendas feitas para os primeiros meses, mantendo o ritmo de crescimento.
A margem bruta caiu de 43,1% para 41,4%, movimento que a empresa atribuiu ao aumento rápido da produção para atender aos modelos de corrida, que são mais complexos e custosos.
Um para cada brasileiro
O executivo acredita que há espaço para aumentar o consumo de tênis no país. “O consumo de tênis no Brasil é baixo. Cada brasileiro compra um tênis a cada dois anos. É muito baixo.” Por isso, a companhia aposta em produtos multifuncionais com a marca Olympikus.
São tênis que podem ser usados para fazer exercícios, mas também no dia a dia, com roupas casuais. “A maioria consegue comprar um único calçado esportivo. Quando ele consegue comprar, ele começa pela Olympikus, porque é o tênis esportivo com melhor preço.”
Embora as importações estejam crescendo 40% neste ano, a Vulcabras tem conseguido ganhar participação “Competimos contra uma concorrência muitas vezes desleal. Se fosse uma competição mais igualitária, a empresa estaria ainda melhor.”
 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                 
             
                             
             
                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                            