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Negócios

Wiser compra 100% da Conquer Business School

Negócio envolve o aporte de R$ 40 milhões em dinheiro, elevando o valor total alocado pela Wiser para R$ 160 milhões

A Wiser, holding de educação dona da escola de idiomas Wise Up, concluiu a compra da Conquer Business School, que oferece cursos  de pós-graduação com foco em negócios. As empresas já eram sócias desde 2021 e, com o acordo, a Wiser passa a deter 100% da Conquer.

A operação anunciada hoje envolve o aporte de R$ 40 milhões em cash, além de uma troca de ações. Mas o investimento total na aquisição, ao longo dos últimos três anos, soma R$ 160 milhões, distribuídos em quatro tranches. Os fundadores da escola de negócios, Hendel Favarin e Josef Rubin, permanecem à frente da empresa e assumem outras funções no grupo liderado por Flavio Augusto da Silva.

Fundada em 2016, a Conquer oferece cursos de pós-graduação com ênfase em liderança e habilidades como comunicação e inteligência emocional – aspectos que, na visão de Favarin, são pouco abordados pelas escolas tradicionais. “Criamos a escola porque, como empreendedores, sentíamos que havia um gap na formação tradicional. Nossos alunos são profissionais com uma ótima formação técnica, mas que sentem falta de um preparo voltado para sua atuação como líder”, diz. Favarin é formado em direito e Rubin, em administração.

Cerca de 30% do faturamento da Conquer vem dos cursos ao vivo, com duração de cerca de dois anos, oferecidos tanto no modelo presencial quanto online. Outros 30% vêm do Conquer Plus, modelo de educação on demand, no qual o aluno contrata um pacote de cursos e tem um ano para consumir esse conteúdo no formato que desejar.

 A terceira frente dos negócios, de onde vem 30% da receita, são os treinamentos B2B, em que grandes companhias – como Ambev, Boticário, Coca-cola e Ifood – contratam a Conquer para um treinamento customizado aos seus funcionários. 

Foi na jornada como empreendedores que Favarin e Rubin ganharam a convicção de que havia um caminho novo na formação de líderes. Mas era preciso convencer o mercado também. Para isso, a dupla começou a escola dando aulas gratuitamente em uma sala comercial em Curitiba. Nos primeiros meses, 400 alunos assistiram aos cursos sem pagar. “A gente precisava atrair o público”, lembra o empresário. Um ano depois, as classes já estavam cheias e a Conquer abriu sua primeira unidade em São Paulo. Hoje, são mais de 400 professores, todos com experiência como executivos de mercado.

A aproximação com Flavio Augusto aconteceu em 2020, quando a Conquer sentiu necessidade de reforço de caixa e, principalmente, de know-how para crescer. Favarin diz que o fundador da Wiser – que também foi dono do time de futebol Orlando City – já era uma espécie de ídolo da dupla por sua trajetória de empreendedorismo no setor de educação. O match foi viabilizado pela IGC Partners,  escritório de assessoria para M&As.

Na ocasião, a Wiser havia acabado de cancelar seu IPO por causa do impacto da pandemia sobre seu negócio – até aquele momento, as 420 escolas tinham aulas exclusivamente presenciais e, como todo o setor, precisou correr para se adaptar ao modelo online. Não era hora, portanto, para acessar o mercado.

O período foi turbulento, mas trouxe duas vantagens importantes para a Wiser:  know-how na educação online e caixa. Essa combinação de fatores que abriu o caminho para a empresa deixar de ser apenas uma escola de idiomas para se tornar um hub de educação com foco em mercado de trabalho e empregabilidade.

A  Conquer foi a primeira empresa na qual a Wiser investiu, em 2021. Desde então, foram realizadas mais de dez aquisições, entre elas, a Aprova Total, escola preparatória para o Enem e vestibulares; o Eu Militar, um preparatório para concursos das Forças Armadas; e o MedCof, para os processos de residência e titulação médica. A maior parte desses cursos são online.

Com as aquisições, o bolo cresceu de tal forma que hoje a Wise Up, onde tudo começou, responde por apenas 30% do faturamento total do grupo – a receita da Wiser em 2023 foi de R$ 533 milhões, com Ebitda de R$ 190 milhões, 57% maior que o de 2022.

“A educação no Brasil tem muitos problemas, e empreender é também buscar soluções para problemas”, afirma Flavio Augusto.

Para o futuro, os planos da Wiser são ousados: a meta é adquirir mais duas empresas em 2024 e, a partir de 2026, realizar duas aquisições por mês. “Queremos ser o grande consolidador do setor”, diz. E tudo isso sem dívidas, Flavio afirma que a empresa ainda tem capital próprio para seguir nessa trajetória de crescimento. Mas não descarta a retomada dos planos de um IPO.





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