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O que funcionou e o que não funcionou nas Olimpíadas de Paris 2024?

Franceses tiveram ideias originais mas que, na prática, nem todas funcionaram

Olimpíadas de Paris 2024 foram encerradas neste domingo (12) (Twitter/Préfecture de Police)

Parece que foi ontem que vimos Celine Dion esplendorosa cantando na base da Torre Eiffel na abertura das Olimpíadas de Paris 2024, mas a chama olímpica já foi apagada, e a banda Red Hot Chilli Peppers subiu ao palco neste domingo em Long Beach para anunciar a próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2028, em Los Angeles.

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Os 17 dias oficiais de Olimpíadas na capital da França passaram voando e deixam na lembrança erros e acertos de organização, tecnologia e desempenho esportivo. Veja abaixo cinco exemplos do que funcionou e do que não funcionou nas Olimpíadas de Paris:

O que funcionou

Inteligência artificial

Tecnologia definiu a corrida de 100 metros rasos para homens (Divulgação/Omega)

A tecnologia proporcionou uma experiência nova para quem assistiu às Olimpíadas de Paris. A inteligência artificial permitiu captar imagens congeladas em rotação 3D dos ataques no vôlei, os saltos de Simone Biles e Rebeca Andrade com frame a frame congelados para dar a exata dimensão do movimento, a velocidade em tempo real de cada nadador medida em metros por segundo foram algumas das novidades apresentadas. 

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E foi somente com a ajuda da inteligência artificial que se decidiu a prova mais importante do atletismo, os 100 metros rasos. O tempo final vencedor foi de 9,784 segundos. Apenas 0,005 segundos separaram a corrida da medalha de ouro de Noah Lyles, dos EUA, e Kishane Thompson, da Jamaica. Foi preciso usar a tecnologia da Omega Scan’O’Vision Ultimate que tira 40 mil fotos por segundo para descobrir quem chegou primeiro.

Streaming

CazéTV teve transmissões com mais de 14 milhões de visualizações (Reprodução/YouTube)
CazéTV teve transmissões com mais de 14 milhões de visualizações (Reprodução/YouTube)

Essa foi a primeira experiência de transmissão dos Jogos Olímpicos no streaming, especialmente para o Brasil com a entrada da Cazé TV exibindo as competições 24 horas. Poder acompanhar as lutas do judô, as provas de atletismo e os jogos de vôlei e futebol do celular para muita gente que trabalha em horário comercial foi uma experiência incrível.

A Cazé TV conseguiu ter mais de 3,5 milhões de visualizações em jogos do tênis de mesa, por exemplo. Já as grandes finais tiveram audiências que chegaram a 14 milhões, como na disputa entre Rebeca Andrade e Simone Biles na ginástica. Veja abaixo

Maiores audiências Cazé TV no YouTube nas Olimpíadas – até 0h desta segunda (12)

  • 14.667.198 – Ginástica Artística – Ouro de Rebeca no solo 
  • 14.193.073 – Futebol Feminino – Brasil x Espanha – semifinal
  • 13.650.538 – Ginástica Artística – Prata de Rebeca no individual geral
  • 13.421.958 – Vôlei Feminino – Brasil x EUA – semifinal
  • 10.699.869 – Basquete Masculino – Brasil x EUA – quartas de final
  • 9.547.367 – Ginástica Artística – Final por equipes – Bronze para o Brasil
  • 8.361.119 – Vôlei de praia – Brasil x Canadá – Ouro para Duda e Ana Patrícia
  • 8.044.486 – Vôlei Feminino – Brasil x Turquia – medalha de bronze
  • 8.053.745 – Ginástica Artística – Prata de Rebeca no salto
  • 7.774.277 – Vôlei Masculino – Brasil x EUA – quartas de final

As mulheres

As três medalhas de ouro do Brasil vieram com as mulheres (Divulgação/COB)

Foi sem dúvida a Olimpíada das mulheres. Pela primeira vez a presença feminina se deu em todas as modalidades, e as mulheres tinham o mesmo número de vagas que os homens. As grandes estrelas dos jogos foram elas: as ginastas Simone Biles e Rebeca Andrade, a judoca Beatriz Souza, a nadadora Katie Ledecky e a maratonista Sifan Hassan.

No Time Brasil, as mulheres ganharam 12 das 20 medalhas, inclusive as três de ouro. Nos esportes coletivos, só os times femininos do Brasil vingaram: ouro no vôlei de praia, prata no futebol, bronze no vôlei e na ginástica.

Judô do Brasil

Brasil ganhou quatro medalhas no judô, inclusive o inédito bronze por equipes (Miriam Jeske/COB)

O Brasil ficou devendo medalha em vários esportes em que costumava se dar bem, como natação, vela e hipismo, mas o judô manteve a tradição e subiu ao pódio em Paris quatro vezes, com a medalha de ouro de Beatriz Souza, a de prata de Willian Lima, e duas de bronze, com Larissa Pimenta e a equipe mista. A luta final de Rafaela Silva contra a adversária da Itália coroou o trabalho do time que não desistiu de brilhar.

Segurança

Segurança em Paris foi reforçada após ataque a trens antes do início das Olimpíadas (Twitter/Préfecture de police)

Um ataque às linhas de trens de Paris na manhã do dia 26 de julho, dia da abertura das Olimpíadas, deixou no ar o medo em relação à segurança nos dias de evento. As autoridades francesas reforçaram as forças de segurança e os protocolos, e não foi registrado nenhum incidente grave durante as Olimpíadas.

Esportes em pontos turísticos

Disputa do vôlei de praia aos pés da Torre Eiffel marcou estas Olimpíadas (Divulgação/COB)

Vôlei de praia na Torre Eiffel, skate e BMX em La Concorde, esgrima no Grand Palais e as chegadas do triatlo e da maratona em Trocadéro: Paris usou e abusou dos seus cartões-portais nessas Olimpíadas. As competições em lugares turísticos foi um marco destes Jogos em um mundo cada vez mais instagramável. Quem esteve lá conseguiu selfies inesquecíveis.

O que não funcionou

Abertura no Rio Sena

Apesar da empolgação do barco do Brasil, cerimônia de abertura foi fria (Divulgação/COB)

Foi um grande exemplo de uma ideia genial mas que, na prática, não funcionou. A cerimônia de abertura às margens do Rio Sena acabou sendo um espetáculo exclusivo para a TV que não empolgou quem pagou caro para ver – e não conseguiu ver quase nada. Teve alguns momentos bons, como a volta de Celine Dion, a apresentação de Zidane, Nadal, Nadia Comaneci e Serena Williams com a tocha olímpica e o acendimento da pira com dois atletas negros, Teddy Riner e Marie-Jose Perec. 

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Mas choveu muito na hora da cerimônia e a passagem das delegações nos barcos não repetiu o carisma e entusiasmo de outras aberturas realizadas em estádios. E ainda teve a polêmica passagem da Santa Ceia. E, afinal, o que era aquele personagem mascarado?

Para as Olimpíadas de 2028, Los Angeles promete voltar a fazer abertura em estádios. No caso, serão em dois estádios simultâneos, o Coliseu e o L. A. Stadium.

A volta de Bernardinho

Bernardinho voltou a dirigir a seleção masculina de vôlei, sem sucesso (Gaspar Nóbrega/COB)

Em dezembro de 2023, o técnico Bernardinho assumiu o comando da seleção brasileira masculina de vôlei, após o Brasil acumular uma série de derrotas sob o comando de Renan Dal Zotto. Famoso por seu temperamento explosivo e grande cobrança com os jogadores, Bernardinho parecia ser o nome ideal. Como técnico, foi medalha de ouro em Atenas 2004, prata em Beijing 2008 e Londres 2012 e ouro na Rio 2016, além de duas vezes medalha de bronze com a seleção feminina. 

No entanto, o trabalho de Bernardinho com a nova geração de jogadores não deu liga e a seleção foi um fiasco em Paris: disputou quatro partidas e ganhou apenas uma, contra o Japão. E Bernardinho não gritou e nem foi o técnico de outras Olimpíadas. “A responsabilidade é toda minha, toda minha, de não ter dado aos rapazes a condição de aproveitar a oportunidade. Talvez eu não conhecesse totalmente o grupo, não soubesse como extrair o melhor”, justificou após a eliminação do Brasil nas quartas de final.

Competições no Rio Sena

Foi preciso muita coragem para pular para nadar no Rio Sena (Luiza Moraes/COB)

Uma das grandes promessas das autoridades francesas era entregar o Rio Sena limpo para as competições de maratona aquática e triatlo. Até a prefeita de Paris chegou a nadar no rio antes das Olimpíadas. Mas as condições da água ficaram ruins depois das chuvas dos primeiros dias de Jogos. O triatlo precisou ser adiado por causa das condições da água. Quando foi liberado, muitos atletas reclamaram de problemas de saúde depois de nadar no Rio Sena. 

Surfe no Taiti

Gabriel Medina ficou esperando vir alguma onda e acabou ficando sem chances de levar o ouro (William Lucas/COB)

Outra ideia brilhante mas que faltou combinar com São Pedro ou, no caso, Netuno, o Deus dos Mares: levar a competição de surfe para o Taiti, do outro lado do mundo. A praia de Tehuapo’o é paradisíaca, os surfistas adoram competir lá, mas, na prática, não funcionou. Teve dias de ondas gigantes, como aquele em que Gabriel Medina conseguiu pegar um tubo perfeito e tirou quase nota 10. Mas depois o tempo mudou, veio uma calmaria, as provas foram adiadas por três dias bem na fase final da competição.

Quando chegou no limite de data reservada, os surfistas tiveram de ir para a água mesmo sem onda. Aí vimos uma final triste para os espectadores, com Medina passando meia hora sentado na prancha à espera de uma onda que não apareceu, e perdendo a chance de ganhar a medalha de ouro quase que por W. O.

Vela, hipismo e natação

Martine Grahel e Karina Kunze não conseguiram chegar perto da medalha dessa vez (Wander Roberto/COB)

Três esportes onde o Brasil sempre costumava levar alguma medalha para casa passaram em branco em Paris. Nas competições de vela, hipismo e natação, os atletas brasileiros não conseguiram chegar nem perto do pódio olímpico. Nem mesmo as bicampeãs de vela, Martine Grahel e Karine Kunze.

O Brasil ficou sem medalha na vela pela primeira vez após 32 anos. No hipismo, o experiente Rodrigo Pessoa, em sua oitava Olimpíada, derrubou vários obstáculos com seu cavalo e ficou sem medalha. A melhor colocação foi de Stephan Bacha, um quinto lugar. E na natação, o Brasil teve o pior desempenho em 36 anos, ficando sem medalhas e conseguindo apenas participar de quatro finais. Há muito o que melhorar para as Olimpíadas de 2028.

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