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Angela Merkel

Perfis

Angela Merkel

Chanceler da Alemanha entre 2005 e 2021, conheça a cientista e política alemã que se transformou em uma das mulheres mais poderosas do mundo.

Perfil de Angela Merkel


Nome Completo Angela Dorothea Kasner
Nascimento 07/07/1954
Local de Nascimento Hamburgo, Alemanha
Filhos sem filhos
Nacionalidade alemã
Formação cientista
Estado Civil casada com o professor Joachim Sauer

Biografia de Angela Merkel


Quem é Angela Merkel

Angela Merkel, cientista e política alemã que completou 69 anos em 2023, foi uma das mulheres mais poderosas do mundo. Chanceler da Alemanha entre 2005 e 2021, cargo equivalente ao de primeira-ministra, ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo na Alemanha e até hoje é reconhecida como uma das principais líderanças políticas do mundo, inclusive fora de seu país de origem.

Ela é chamada pelos alemães de “Mutti”, que significa “Mamãe”, embora não tenha filhos.

Infância na Guerra Fria e formação

Angela Dorothea Kasner (ela manteve o sobrenome do primeiro marido, Ulrich Merkel, com quem foi casada entre 1977 e 1982) nasceu em 17 de julho de 1954 em Hamburgo, à época Alemanha Ocidental. O casal Horst (pastor luterano) e Herlind Kasner (professora de latim e inglês) teve três filhos e Angela era a mais velha.

 

Ainda bebê, com seis semanas de vida, os pais de Angela resolveram se mudar para Quitzow, em Brandemburgo, na antiga Berlim Oriental. Merkel cresceu, estudou e trabalhou na comunista República Democrática Alemã.

 

Três anos depois, uma nova mudança de planos: a família se mudou para Templin, também em Brandemburgo, ao norte de Berlim. Lá a jovem Angela terminou o ensino médio.

 

Sua infância foi marcada pela Guerra Fria. Horst, seu pai, um socialista, organizava encontros políticos em sua igreja. Os debates na mesa de jantar da família eram comuns. A jovem Angela aprendeu a não chamar a atenção da Stasi, a polícia secreta da Alemanha.

 

Estudante muito esforçada, destacou-se na turma: estudou a língua russa, participou de competições do idioma e ganhou, dentro e fora do país. Ganhou como prêmio uma viagem à Rússia, que, à época exercia influência quase absoluta na Alemanha Oriental e na Europa do Leste como um todo. Angela tinha muito interesse pela Rússia.

 

A futura chanceler optou por cursar Física na graduação e estudou na Universidade Karl Marx, em Leipzig. Foi lá onde conheceu o primeiro marido, Ulrich Merkel, também estudante de Física. Eles se casaram em 1977, quando Angela tinha 23 anos, e se divorciaram em 1982.

 

Angela continuou estudando e, em 1986, terminou o doutorado em Química Quântica. Ela era a única mulher no departamento de química teórica da Academia de Ciências da Alemanha.

Entrada no Partido Despertar Democrático

No dia 09 de novembro de 1989 Angela resolveu entrar no recém-criado Partido Despertar Democrático, após a queda do Muro de Berlim. Um ano depois ela já despontava como a porta-voz do partido que falava à imprensa.

 

A presença de Angela na política começava a crescer. O Despertar Democrático logo se juntou à Aliança para a Alemanha, uma coalizão que contava com a União Social Alemã (DSU) e a União Democrata Cristã (CDU).

 

A coligação ganhou a primeira e única eleição livre da Alemanha Oriental, em março de 1990. O novo primeiro-ministro, Lothar de Maizière (CDU), nomeou Merkel como porta-voz adjunta do governo.

 

Ela se filiou à CDU e o partido se fundiu à sua contraparte na Alemanha Ocidental, a CDU de Helmut Kohl, em 01 de outubro de 1990, um dia antes da reunificação da Alemanha. Em dezembro, na primeira eleição do país reunificado, Merkel foi eleita para o Parlamento, o Bundestag, em Bonn, hoje em Berlim.

 

Uma das primeiras medidas de Kohl foi nomear Angela para seu gabinete, como ministra das Mulheres e Juventude. Ele a apresentou como “mein Mädchen”, ou “minha garota”. Angela passou a ser chamada de “Kohls Mädchen”, ou “Garota de Kohl”. Ou seja, era considerada apenas uma protegida de Kohl. E, em 1991, a futura mulher “mais poderosa do mundo” foi escolhida como vice-presidente da CDU.

 

Depois das eleições de 1994, com Kohl ainda no poder, Angela foi escolhida para ficar à frente do ministério do Meio Ambiente. Nesse período ela presidiu a primeira Conferência das Nações Unidas para o Clima, realizada em Berlim, em 1995 (primeira COP).

 

Em 1998, Kohl perdeu a eleição para Gerhard Schröder, do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD). No mesmo ano, Merkel foi eleita secretária-geral da CDU e casou com seu segundo marido, o químico Joachim Sauer, que já era seu companheiro há anos.

 

Primeira mulher chanceler da Alemanha

Um escândalo de financiamento de campanha, em 1999, que envolvia doações não declaradas e contas secretas abalou a reputação de Kohl e da CDU. Mas Angela se moveu rapidamente, publicando uma carta aberta na imprensa, convidando o partido a romper com Kohl.

 

“Agora o partido precisa aprender a andar e ousar travar batalhas com seus oponentes políticos sem seu cavalo de batalha, como Kohl frequentemente gosta de chamar a si mesmo”, escreveu ela. “Nós, que agora temos responsabilidade pelo partido, e não muita por Helmut Kohl, vamos decidir como abordar esta nova era”, acrescentou.

 

E, em 2000, Angela Merkel foi eleita presidente da CDU, a primeira mulher e primeira pessoa não católica a ocupar o cargo.

 

Em 2002, embora tivesse vontade de se candidatar ao cargo de primeira ministra, ela cedeu a oportunidade para Edmund Stoiber, da aliada União Social Cristã (CSU). Isso em razão da pressão do partido. Mas a coligação perdeu a eleição para o social democrata Schröder, e Merkel se tornou líder da oposição.

 

Em 2005, Angela resolveu se candidatar e venceu Gerhard Schröder. Primeira mulher a ocupar o cargo, e também a pessoa mais jovem a assumi-lo, aos 51 anos, ela se tornou premiê da Alemanha naquele ano.

 

Crise da Zona do Euro

REUTERS/Wolfgang Rattay

A crise na zona do euro foi uma das principais enfrentadas por Angela, a partir de 2010, que veio após a crise financeira internacional deflagrada em 2008.

 

Um dos impasses é que a chanceler demorou para socorrer a endividada Grécia. Em 2011, ela bloqueou iniciativas dos Estados Unidos e da França, que queriam uma ação europeia coordenada, que atuasse frente à deterioração das economias de países do Sul da Europa e das ameaças à integridade do euro.

 

Ela acabou concordando com um plano para evitar o calote da Grécia por meio do Banco Central Europeu, após pressão de outras nações do bloco e dos EUA. Mas a Grécia e outros países endividados foram submetidos a rígidas regras ficais e à supervisão da União Europeia, que passaram a monitorar sobre seus bancos centrais.

 

Como primeira-ministra, Angela ganhou um novo apelido: “Mutti”, uma forma antiga em alemão para “mamãe”. A ideia veio repleta de sarcasmo, mas foi também abraçada por seus admiradores, que a empregaram carinhosamente quando ela “salvou” a Alemanha de dificuldades ao longo de seus quatro mandatos.

Anexação da Crimeia

Sputnik/Pavel Bednyakov/Pool via REUTERS

Em 18 de março de 2014 o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou o tratado de “reintegração da Crimeia na Federação Russa”. A estratégica península no Mar Negro fazia parte da União Soviética até ela se dissolver, tendo antes pertencido durante séculos ao Império Otomano.

 

Angela enfrentou várias críticas, já que não teria sido “contundente” o suficiente na oposição à ação de Putin. Sua relação com o líder russo foi motivo de desaprovação, e também com a China.

 

À época, a revista Economist, uma das mais respeitadas do mundo, a chamou de “complacente”. A revista indica que a Alemanha se uniu à Pequim em busca de vantagens comerciais e deu muito poder a Putin sobre o abastecimento europeu de energia, ao apoiar o novo gasoduto Nord Stream 2, para fornecimento de gás da Rússia à Alemanha.

Abertura das fronteiras

Em 2015 Angela conseguiu aprovação da opinião pública, ao anunciar a abertura das fronteiras para um milhão de refugiados, em meio a uma crise exacerbada pela guerra civil na Síria. Outros países europeus faziam exatamente o contrário nessa época. A líder alemã contrariou alguns líderes europeus e despertou a ira de grupos de extrema direita, mas se saiu como heroína internacional.

Covid-19

REUTERS/Phil Noble

Outras iniciativas de Angela, elogiadas no mundo, aconteceram durante a pandemia da covid-19. Em 2020 ela adotou medidas firmes para minimizar a disseminação do vírus, logo no início da pandemia, como a suspensão de uma série de atividades e o confinamento das pessoas.

 

Ela ainda endossou a criação de um instrumento financeiro que permitiu à União Europeia emitir títulos da dívida garantidos conjuntamente. O dinheiro poderia ser usado para empréstimos, mas também em doações, injetando bilhões na retomada da economia pós-Covid e ajudando a viabilizar o ambicioso Plano Ecológico Europeu (European Green Deal), de desenvolvimento sustentável.

Angela Merkel e o Brasil

Ao longo dos 16 anos que esteve no cargo de primeira-ministra, Angela Merkel fez 533 viagens ao exterior e esteve em 89 países, entre eles, o Brasil. Ela assistiu à vitória da Alemanha sobre a Argentina na final da Copa do Mundo de 2014, no Maracanã, ao lado da então presidente brasileira, Dilma Rousseff. Isso foi depois do arrasador 7 a 1, no jogo entre Brasil e Alemanha, em que os brasileiros levaram a pior.

Vida pessoal

Em 1977 Angela Kasner casou-se com o estudante de física Ulrich Merkel. O casal divorciou-se em 1982. Seu segundo e atual marido é o químico quântico e professor Joachim Sauer. Eles se conheceram em 1981, tornaram-se parceiros e casaram-se discretamente em 30 de dezembro de 1998. Angela não tem filhos, mas Sauer tem dois filhos adultos de um casamento anterior.

Como Angela Merkel está atualmente?

Desde que deixou o cargo de chanceler da Alemanha, em dezembro de 2021, poucas foram as aparições públicas de Angela. O primeiro cargo da ex-líder alemã, desde que saiu do poder, foi de presidente do júri do Gulbenkian Prize for Humanity, substituindo o antigo ex-Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio.

Prêmios

Em 2009, o governo indiano ofereceu a Angela Merkel o Prêmio Jawaharlal Nehru para Compreensão Nacional. Um comunicado emitido pelo Governo da Índia afirmou que o prêmio “reconhece a sua devoção pessoal e enormes esforços para o desenvolvimento sustentável e equitativo, para a boa governança e compreensão e para a criação de um mundo melhor, posicionado para lidar com os desafios emergentes do século XXI”.

 

Em 2022, ela foi a vencedora global do Prêmio Nansen, concedido pela Agência da ONU para os Refugiados, Acnur.

 

Em 2023, Angela recebeu o Prêmio da Paz da Unesco, por sua decisão de acolher mais de 1,2 milhão de refugiados no auge da crise migratória, em 2015 e 2016, apesar da resistência interna e da oposição de alguns países europeus.