“Desempenho passado não reflete o desempenho futuro”. O jargão já conhecido no mundo dos investimentos nunca fez tanto sentido em um ano como o de 2020. Com uma pandemia no meio do caminho, como analisar o desempenho de diversas classes de investimentos em um ano tão atípico?
Partindo desse pressuposto, foi analisado o risco-retorno de distintos fundos de investimento em um cenário de longo prazo. A casa de análises Morningstar fez um levantamento a pedido do InvestNews com os melhores fundos de ações da última década, equalizado o retorno e o risco, usando a metodologia chamada Retorno Ajustado ao Risco da Morningstar (MRAR) . Mesmo que alguns fundos tenham oferecido aos seus cotistas retornos semelhantes, o que se expôs a menos risco foi considerado como melhor ativo.
Os filtros aplicados para o rating Morningstar Risk foram: ter um patrimônio líquido de pelo menos R$ 25 milhões; o número de cotistas ser superior a 50; ser composto por investidores de varejo ou qualificados; ser um fundo de gestores independentes (o que exclui os grandes bancos). O período abrange desde 1 de janeiro de 2010 até 31 de dezembro de 2020.
Veja abaixo a lista com os dez melhores fundos de ações da última década:
Fundo | Nota Morningstar | Rentabilidade em 10 anos |
Atmos Ações | 7,39 | 757% |
Dynamo Cougar | 5,09 | 581% |
IP Participações BDR | 4,83 | 390% |
Velt 30 | 4,63 | 480% |
IP Value Hedge BDR | 3,97 | 318% |
Squadra Long Biased | 3,85 | 425% |
Bresser Ações | 3,59 | 440% |
BTG Absoluto | 3,46 | 458% |
Bogari Value | 3,27 | 456% |
AZ Quest Small Mid Caps | 2,94 | 581% |
Entre as similaridades dos ativos, é notório o peso que as gestoras têm no mercado, o que reflete o bom histórico de administração. Segundo Valter Police, planejador financeiro e sócio da Fiduc, a seleção dos fundos de ações mostra, em maior parte, gestoras renomadas e consolidadas na indústria, como Dynamo, Squadra, Verde e AZ Quest.
“São gestores que sabem o que estão fazendo e, no longo prazo, é possível ver uma consistência do trabalho de gestão, mesmo que estes fundos tenham passado por altos e baixos ao longo deste período”. Devido à alta demanda, alguns destes fundos estão fechados para captação, o que não significa que não possam ser reabertos.
O fundo Atmos encabeça o ranking. Criado em 2009, sua aplicação mínima é de R$ 50 mil e ele é destinado a investidores qualificados – aqueles que têm mais de R$ 1 milhão investidos. O objetivo do Atmos é render acima da taxa de juros de longo prazo. Sua taxa de administração é de 1,85% e sua rentabilidade acumulada nos últimos dez anos foi de incríveis 757%. Em 2020, a cota do fundo valorizou mais de 14%.
Já o fundo Dynamo Cougar, que está na segunda posição do ranking, teve 581% de retorno em 10 anos – igual ao AZ Quest Small Mid Caps. Porém, o AZ ficou em último lugar no ranking. Isso é justificado devido ao maior risco apresentado pelo AZ em comparação com o Dynamo.
E o que são fundos de ações?
Eles são uma maneira mais simples de investir na bolsa. O investidor não precisa queimar a cabeça sobre quais empresas é melhor apostar ou tentar entender a melhor hora de comprar ou vender os papéis. Ao investir em um fundo, você delega essa responsabilidade para o gestor. É ele quem toma as decisões de quais papéis comprar ou vender, quando e em que quantidade.
Por isso os fundos de ações são uma alternativa para quem está começando na renda variável e busca uma rentabilidade maior que os investimentos em renda fixa.
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