Pergunta do leitor: Tenho encontrado muitas opções de investimentos em CDBs que estão pagando ao redor de 140% do CDI ou até mais. O problema é que fico desconfiado, pois já ouvi dizer que estes produtos são bem arriscados. É verdade?
Resposta de Carlos Caporal:
Os CDBs (Certificados de Deposito Bancário) são títulos de crédito emitidos por bancos cujo principal objetivo é captar recursos de investidores a fim de repassar para outros clientes na forma de empréstimos. Trata-se de um título privado, ou seja, você emprestará dinheiro para uma instituição financeira e recebendo juros por isso. Ao “emprestar” suas economias para instituições pequenas que, para atrair investidores, prometem um alto retorno, é necessário tomar alguns cuidados.
O principal deles é o risco de calote. Por causa disso, para proteger o investidor do risco de uma eventual falência da instituição financeira, existe o conhecido FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que dá uma garantia ao investidor de até R$ 250 mil por CPF e por Instituição. Apesar de se tratar de um produto de Renda Fixa que, teoricamente representa um investimento de menor risco, a presença do FGC na operação mostra que existe risco sim.
O segundo risco é da rentabilidade. Com a taxa de CDI abaixo de 2% ao ano, falar em 140% do CDI pode não ser um grande acréscimo de retorno em termos absolutos e causar frustração. O último risco é a liquidez. Normalmente rendimentos maiores exigem prazos de resgate mais longos, mas talvez você precise do dinheiro antes.
Assim, vale a reflexão: será que em prazos maiores, investimentos mais voláteis, como multimercados ou renda variável não tenderão a render mais com maior liquidez? Antes de investir, pense nesses 3 pontos (rentabilidade, liquidez e retorno) e verifique se eles atendem seu objetivo para esse dinheiro, dentro de uma visão de carteira. Preferencialmente, conte com profissionais para te ajudar nessas decisões.
*Carlos Caporal é planejador fiduciário da Fiduc.
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