Empresas de capital aberto dos Estados Unidos vão muito bem, obrigado
Mesmo que em menor número, elas estão maiores e mais lucrativas do que nunca
Os EUA tinham mais de sete mil empresas de capital aberto em 1996. Hoje, temos metade desse número. Isso gerou uma considerável apreensão. Os Estados Unidos se tornaram um lugar menos desejável para fazer negócios? As empresas de capital aberto estão superregulamentadas? A economia dos EUA está se tornando mais parecida com a de nações europeias e asiáticas, com mais empresas familiares e privadas?
A crítica de destaque mais recente vem do CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon. Em sua carta aos acionistas que acompanha o relatório anual de 2023, ele lamenta “a diminuição do papel das empresas abertas no sistema financeiro americano”, relata a queda acentuada em seu número desde 1996, aponta a regulamentação e o litígio como culpados e pergunta: “É este o resultado que queremos?”. Essa visão pessimista se espalhou entre os líderes empresariais bem informados e entre os reguladores da Comissão de Valores Mobiliários.
Os fatos relatados estão corretos. Mas as implicações pessimistas usuais, não estão. As empresas abertas não são menos importantes para a economia americana em 2024 do que eram em 1996.
Os lucros das empresas listadas nos EUA representaram 4,5% do produto interno bruto em 1996. Essa participação praticamente dobrou, para 8,2% em seu pico em 2021. O valor total das empresas abertas em porcentagem do PIB aumentou cerca de 50% desde 1996. E as empresas no agregado investem aproximadamente a mesma proporção do PIB e empregam aproximadamente a mesma proporção da população ativa que em 1996.
Como essas empresas se tornaram mais bem-sucedidas e prósperas, mesmo com seus números encolhendo? Isso ainda precisa ser compreendido. As maiores provavelmente se tornaram mais eficientes, talvez por causa da melhor tecnologia da informação. Grandes empresas de tecnologia como Facebook, Apple, Google e Microsoft certamente prosperaram. Mas as tendências crescentes de lucro e valor desde 1996 não se limitam a essas citadas. Os lucros permanecem estáveis mesmo quando ajustados ao crescente investimento estrangeiro em empresas americanas desde 1996 e às baixas taxas de juros da última década.
Fusões e aquisições de companhias de médio e grande porte são certamente um fator. As fusões e aquisições americanas são mais robustas do que as de outras nações ricas, o que resulta em menos empresas de capital aberto. Isso certamente torna algumas empresas mais eficientes. Em alguns casos, talvez a diminuição da concorrência esteja aumentando os lucros.
De qualquer forma, as evidências não apoiam a lamúria um tanto generalizada de que as empresas listadas estão morrendo. Mesmo que em menor número, elas estão maiores e seus negócios em geral continuam fortes.
Roe é professor da Escola de Direito de Harvard. Wang é professor da Escola de Administração de Harvard.
traduzido do inglês por investnews