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Economia

Com Covid-19, economia brasileira contrai 1,5% no 1° tri

Consumo das famílias sofreu a maior retração desde o ‘apagão’ de 2001; economia volta ao patamar do segundo trimestre de 2012.

economia brasileira PIB

Prejudicada pela pandemia da Covid-19, a economia brasileira encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o último trimestre de 2019, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29). Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil voltou ao patamar do segundo trimestre de 2012.

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Em linha com as expectativas, o resultado confirma previsões de que o país caminha para uma recessão. Os estragos trazidos pela pandemia devem aparecer com mais força no segundo trimestre, já que a paralisação das atividades só aconteceu a partir de março. Tecnicamente, um país só entra em recessão quando a economia encolhe por dois trimestres seguidos.

A queda interrompe uma sequência de quatro trimestres de crescimento e encerra o ciclo de recuperação da economia. Este foi o pior resultado desde o segundo trimestre de 2015, quando o país sofreu uma retração de 2,1%.

Em relação ao mesmo trimestre de 2019 (comparação anual), o PIB brasileiro recuou 0,3%, segundo o IBGE.

Desempenho por setores

Segundo o IBGE, pelo lado da oferta o setor de serviços foi o que mais puxou a economia para baixo, com uma queda de 1,6% frente ao trimestre anterior. Com um peso de 74% de peso no PIB brasileiro, a categoria sofreu com o fechamento de estabelecimentos como o comércio de bens duráveis, veículos, vestuário, academias e restaurantes.

Veja as categorias que mais caíram dentro do setor de serviços:

  • Transporte, armazenagem e correio (-2,4%)
  • Informação e comunicação (-1,9%)
  • Comércio (-0,8%)
  • Administração, saúde e educação pública (-0,5%)
  • Intermediação financeira e seguros (-0,1%)

A indústria, por sua vez, recuou 1,4% no primeiro trimestre, puxada pela retração de 3,2% no setor extrativo e, em menor grau, pela construção civil (-2,4%) e a indústria de transformação (-1,4%). Enquanto isso, a agropecuária foi a única que cresceu no período, com um avanço de 0,6%.

Consumo das famílias

Também afetado pela pandemia e pela perda da renda, o consumo das famílias caiu 2% pelo lado da demanda. Foi a maior queda desde 2001, quando o país passou por uma severa crise de energia elétrica, o “apagão”, segundo o IBGE. Esta categoria tem peso de 65% no PIB. Já os gastos do governo ficaram praticamente estáveis (0,2%) no primeiro trimestre, em relação ao último trimestre de 2019.

Os investimentos das empresas em meios de produção (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás. A balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de cresceram 2,8%.

Veja o resumo das prinpiciais variações do PIB no 1º trimestre:

Oferta:

  • Serviços: -1,6%
  • Indústria: -1,4%
  • Agropecuária: 0,6%
  • Construção civil: -2,4%

Demanda:

  • Consumo das famílias: -2%
  • Gastos do governo: 0,2%
  • Investimentos (FBCF): 3,1%
  • Exportações: -0,9%
  • Importações: 2,8%

Projeções para o PIB em 2020

Segundo o último relatório do boletim “Focus” do Banco Central, o mercado espera uma contração de 5,89% para a economia brasileira em 2020. Se estes números se confirmarem, este será o pior resultado do PIB brasileiro desde a Grande Depressão da década de 1930.

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