As ações da Klabin (KLBN11), maior produtora e exportadora de papel e celulose do Brasil, lideraram os ganhos do Ibovespa na semana terminada nesta sexta-feira (7), com alta de 11,67%. O principal índice da bolsa brasileira acumulou uma desvalorização de 0,16% desde segunda-feira, em uma semana recheada de resultados do segundo trimestre, votações no Congresso e pedidos de IPO (abertura de capital na B3).
LEIA MAIS: VEJA A CARTEIRA DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA AGOSTO
Maiores altas
Mesmo com um prejuízo líquido de R$ 383 milhões no segundo trimestre, a Klabin conseguiu agradar os investidores com outros indicadores robustos em seu balanço. Na comparação com o primeiro trimestre, o prejuízo da Klabin foi bem menor, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) cresceu 39% na comparação com o ano anterior, para R$ 1,3 bilhão, indicando uma maior capacidade de geração de caixa.
Já a receita líquida cresceu 14%, para R$ 2,9 bilhões, favorecida pelo aumento nas vendas e pela desvalorização do real – a empresa é uma grande exportadora de celulose e tem receita em dólar. “Um real mais fraco deu suporte a preços mais altos no exterior”, escreveram analistas do Goldman Sachs em relatório.
A companhia também vem caminhando para melhorar sua governança corporativa, hoje listada no Nível 2 da B3. Ela negocia com controladores e com a BNDESPar, braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para encerrar o pagamento de royalties pelo da marca “Klabin”.
“A compra da marca que dá nome à companhia e suas derivadas pela Klabin é aguardada para os próximos meses e é outra notícia positiva para a companhia”, destacaram analistas da Levante Investimentos em relatório.
Outra companhia que se destacou na semana terminada nesta sexta-feira foi a fabricante de softwares Totvs (TOTS3). Com o segundo melhor desempenho do Ibovespa, em alta de 11,42%, a empresa mostrou que a pandemia teve pouco impacto sobre seus números do segundo trimestre, apontados por analistas como “resilientes”.
Na quarta-feira, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 58 milhões, um aumento de 1,6% em relação aos R$ 57 milhões do mesmo período de 2019.
AS 5 MELHORES AÇÕES DA SEMANA NO IBOVESPA
AÇÃO | VARIAÇÃO NA SEMANA |
KLABIN (KLBN11) | +11,67% |
TOTVS (TOTS3) | +11,42% |
SUZANO (SUZB3) | +9,95% |
BR MALLS (BRLM3) | +9,49% |
BRF (BRFS3) | +8,31% |
Maiores quedas
Na ponta negativa, a ação do grupo educacional Cogna (COGN3) amargou as maiores perdas do Ibovespa na semana, em queda de 11,96%. Os papéis da companhia recuaram após a estreia de sua subsidiária Vasta na bolsa norte-americana Nasdaq, voltada para o setor de tecnologia. Os papéis da Cogna subiram com força antes da operação.
A Vasta levantou US$ 405,8 milhões em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no dia 23 de julho, sendo que metade deste valor vai para o Caixa da Cogna, que possui 100% da empresa. A ação foi precificada em US$ 19, acima da faixa indicativa, entre US$ 15,50 e US$ 17,50.
No começo da semana, a agência de viagens e turismo CVC (CVCB3) informou que concluiu a revisão contábil de seu balanço de 2019, mas continuou sem apresentar seus números auditados. Na revisão, foi feito um ajuste de R$ 362,3 milhões devido a “distorções” identificadas pela empresa e o mercado reagiu negativamente.
Seriamente atingida pelos efeitos do isolamento social desde o início da pandemia, a companhia vem sofrendo fortes perdas na bolsa, mas os papéis tem reagido sempre diante de fatos favoráveis à reabertura da economia. A CVC informou que espera anunciar os resultados auditados do seu quarto trimestre, e também do primeiro trimestre de 2020, até o fim do agosto.