O dólar fechou em alta sobre o real nesta quinta-feira (4), acompanhando o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior e também de olho no cenário interno. Já a bolsa de valores terminou o dia em queda, de olho no cenário interno e em busca de pistas sobre as reformas econômicas.
O principal índice da B3, o Ibovespa, caiu 0,39%, aos 119.267 pontos. Já o dólar comercial subiu 1,47%, a R$ 5,4491, após passar de R$ 5,45 na máxima do dia.
O mercado segue de olho na agenda do Congresso brasileiro, na expectativa sobre os projetos de reformas e privatizações prometidas pelo Executivo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Congresso Nacional deve aprovar a reforma tributária em até oito meses.
A semana tem sido marcada pela reação positiva dos mercados ao cenário político em Brasília, com a eleição de uma liderança alinhada ao governo no Congresso sendo vista como potencial impulso para a agenda de Bolsonaro. No entanto, há ainda uma persistência de cautela entre os investidores, que devem continuar acompanhando o cenário político e econômico e as condições da dívida pública.
Um dos principais pontos de atenção é a prorrogação do auxílio emergencial em resposta à covid-19, com temores de que esses gastos estressem ainda mais a situação fiscal doméstica. Os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado comprometeram-se na quarta-feira a avaliar uma forma de retomar o auxílio emergencial, respeitando o teto de gastos.
Cenário externo
No exterior, as atenções seguem voltadas ao pacote de estímulos econômicos prometido para conter os efeitos da pandemia nos Estados Unidos.
Dados divulgados na quarta-feira mostraram um aumento na criação de vagas nos EUA, a atividade do setor de serviços atingiu seu nível mais alto em quase dois anos em janeiro.
Os dados positivos vieram em meio à busca de aprovação de mais US$ 1,9 trilhão de em estímulo econômico por parte dos democratas dos EUA. O Congresso norte-americano, controlado pelo partido Democrata, avançou na quarta-feira com uma manobra para aprovar o pacote do presidente Joe Biden sem apoio republicano.
Destaques da bolsa
As ações do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram 3%, se destacando entre as altas do dia, após o banco divulgar balanço do último trimestre de 2020. O banco teve lucro de R$ 6,8 bilhões, alta de 2,3% ante mesma etapa de 2019, excluindo efeitos extraordinários. O número veio bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de lucro de R$ 5,5 bilhões para o período.
Já as ações da Vale (VALE3) chegaram a subir cerca de 2,5% mais cedo, mas o avanço perdeu força e as ações fecharam em queda de 1,26%. O mercado repercute a notícia de que a empresa e autoridades de Minas Gerais assinaram um acordo de R$ 37 bilhões para reparação de danos coletivos causados pelo rompimento de barragem da mineradora há cerca de dois anos.
“Nenhum valor paga os danos ambientais e morais causados e as vidas perdidas, mas virar a página é pagar danos materiais e a empresa poder seguir adiante, em um excelente momento para o preço do minério de ferro no mercado internacional e o dólar em níveis elevados”, comenta José Falcão, analista da Easynvest.
Bolsas globais
Os mercados acionários dos Estados Unidos subiram mais de 1% nesta quinta e o S&P 500 e o Nasdaq registraram máximas recordes de fechamento após outra safra de balanços positivos e dados sugerindo que o mercado de trabalho pode estar se estabilizando.
- O Dow Jones subiu 1,08%, para 31.055,86 pontos
- O S&P 500 ganhou 1,09%, para 3.871,74 pontos
- O Nasdaq valorizou-se 1,23%, para 13.777,74 pontos.
As ações europeias ampliaram o rali pelo quarto dia consecutivo nesta quinta, com os investidores à espera de uma recuperação econômica global mais rápida, enquanto as metas decepcionantes da Unilever pesaram sobre o índice de Londres. O índice STOXX 600 valorizou-se 0,6%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,06%, a 6.503,72 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,91%, a 14.060,29 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,82%, a 5.608,54 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,65%, a 22.900,55 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,37%, a 8.122,60 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,59%, a 4.791,00 pontos.
O mercado acionário da China fechou em baixa, reduzindo parte das fortes perdas registradas mais cedo na sessão, uma vez que preocupações com sinais de tensão na liquidez antes do feriado do Ano Novo Lunar compensavam as contínuas entradas de capital. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,21%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,06%, a 28.341 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,66%, a 29.113 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,44%, a 3.501 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,21%, a 5.473 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,35%, a 3.087 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,41%, a 15.706 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,75%, a 2.905 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,87%, a 6.765 pontos.
*Com Reuters