Nos dois primeiros meses de 2021, o dólar subiu mais em relação ao real do que sobre qualquer outra das moedas mais importantes da economia global. A moeda dos Estados Unidos tem alta acumulada de 6,42% sobre o real neste ano, contra 5,84% da segunda pior colocada na lista, a Argentina, que vive uma forte crise financeira e econômica. Já o principal indicador da bolsa brasileira, o Ibovespa, perde de todos os principais índices das Américas.
Os números são de um levantamento feita pela provedora de informações financeiras Economatica a pedido do InvestNews.
Os dados refletem a persistência das preocupações do mercado em relação à situação interna no Brasil, com preocupações sobre o rumo das contas públicas. A dívida bruta do país segue crescendo e deu novo salto em janeiro. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (26), o montante chegou a R$ 6,67 trilhões, ou 89,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse cenário, incertezas sobre o avanço de reformas econômicas e sobre o cenário político seguem sob o radar dos investidores.
Veja abaixo a comparação do desempenho da bolsa brasileira comparada aos demais índices das Américas:
Índice | País | Variação em dólar em 2021 (%) | Variação em moeda local em 2021 (%) |
Ipsa | Chile | 11,6 | 6,64 |
Sp/Bvl Peru General | Peru | 6,61 | 6,73 |
S&P Merval | Argentina | 3,19 | 0,36 |
Dow Jones | EUA | 3,17 | 3,17 |
S&P 500 | EUA | 2,61 | 2,61 |
Colcap | Colômbia | 2,21 | 0,84 |
Nasdaq | EUA | 0,93 | 0,93 |
Prec Y Cotiz | México | 0,2 | 3,74 |
Ibovespa | Brasil | -5,31 | -7,55 |
Veja abaixo a variação do dólar em relação às moedas de vários países no acumulado de 2021, segundo a Economatica:
PAÍS | VARIAÇÃO DO DÓLAR EM 2021, EM % |
Brasil | 6,42 |
Argentina | 5,84 |
México | 5,18 |
Japão | 2,77 |
Suíça | 2,57 |
Coreia do Sul | 2,27 |
Israel | 1,8 |
Filipinas | 1,42 |
Suécia | 0,9 |
Indonésia | 0,74 |
Zona do Euro | 0,73 |
Dinamarca | 0,69 |
África do Sul | 0,62 |
Peru | 0,61 |
Rússia | -0,4 |
Chile | -0,45 |
Índia | -0,8 |
Taiwan | -1,01 |
China | -1,11 |
Turquia | -1,8 |
Noruega | -1,97 |
Canadá | -2,02 |
Austrália | -3,62 |
Reino Unido | -3,8 |
Considerando o intervalo de 1 ano, o real é a segunda moeda que mais perdeu valor, com alta de 24% do dólar em relação à moeda brasileira. Nesse intervalo, o pior colocado é o peso argentino, com alta de 48% no período.
Veja abaixo a variação do dólar em 1 ano em cada país:
PAÍS | VARIAÇÃO DO DÓLAR EM 1 ANO, EM % |
Argentina | 48,42 |
Brasil | 24,67 |
Turquia | 17,94 |
Rússia | 13,32 |
México | 9,29 |
Peru | 6,78 |
Indonésia | 1,59 |
Índia | 1 |
África do Sul | -2,9 |
Japão | -3,96 |
Israel | -4,48 |
Filipinas | -4,52 |
Canadá | -5,75 |
Suíça | -7,37 |
Reino Unido | -8,1 |
China | -8,27 |
Coreia do Sul | -8,4 |
Taiwan | -8,44 |
Noruega | -10,26 |
Zona do Euro | -10,93 |
Dinamarca | -11,34 |
Chile | -12,37 |
Suécia | -15,09 |
Austrália | -16,93 |
Disparada do dólar na semana
Os dois últimos dias desta semana foram de forte disparada do dólar em relação a diversas moedas – inclusive o real. O motivo foi o pelo aumento da curvas de yields do Treasury nos EUA – ou seja, a subida da remuneração para os investidores de títulos de dívida do Tesouro norte-americano. O yield do Treasury de dez anos – referência para os custos globais de empréstimos.
Aumentos de juros de títulos reduzem a atratividade de ativos mais arriscados, como moedas emergentes (incluindo o real) e ações, uma vez que pioram a relação entre risco e retorno de manter ativos arriscados em carteira, enquanto melhora os retornos de um ativo considerado risco de base do mercado – os títulos do Tesouro dos EUA.
Segundo dados do Valor Pro, o dólar comercial terminou esta sexta-feira cotado a R$ 5,6087, o que representa uma alta semanal de 4,03%. Em fevereiro, o avanço ficou em 2,45%.
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