No mercado financeiro, não importa se você é um veterano gestor de fundo ou um dos mais de 3,5 milhões de investidores da bolsa do Brasil. Quando se trata de aumentar o potencial de ganho, uma das regras de ouro é a diversificação dos investimentos. Em bom português: não colocar todos os ovos na mesma cesta.
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Afinal, por que isso é tão importante e repetido como um mantra por especialistas e consultores? No fim do dia, o efeito é prático. Uma carteira diversificada evita que a rentabilidade de todo o seu dinheiro fique exposta a apenas um tipo de risco, seja ele do negócio (comércio, construção civil, transporte, saúde etc.), do mercado (juros, câmbio, entro outros) ou qualquer outro. Além disso, ajuda na construção de patrimônio no médio e longo prazo.
Quando você trabalha com uma estratégia diversificada, o equilíbrio das suas escolhas vai reduzir os riscos da sua carteira e, com isso, deixá-lo mais satisfeito e próximo da rentabilidade e da volatilidade que você imaginou para o seu portfólio.
Vale aqui mais um ponto. Quando pensamos em diversificação não trata-se apenas de ativos, produtos ou papéis, mas também de prazo, setores, moeda, localização geográfica e indexadores, como inflação, CDI, Ibovespa B3 e dólar, por exemplo.
Aprendendo a investir e diversificar
Estudamos o perfil dos novos investidores que estão chegando à B3 para entender como eles se comportam quando o assunto é investir seu dinheiro. De modo geral, eles têm uma média de 32 anos de idade, renda mensal de até R$ 5 mil e começam com valores abaixo de R$ 1 mil, mostrando que o investimento em bolsa passou a ser uma alternativa interessante para muitos brasileiros, antes tão acostumados a deixar seu dinheiro na poupança ou em um CDB.
E aqui entra em cena, mais uma vez, a protagonista da nossa história: a diversificação. Em 2016, 61% do patrimônio investido na B3 estava concentrado apenas em ações. Mas o mercado evoluiu, os investidores amadureceram, buscaram mais informações, maior sofisticação e vimos aumentar o apetite a risco.
Como consequência, em 2020, caiu para 40% essa concentração em apenas um tipo de produto, já que os investidores também começaram a incluir em suas carteiras Fundos Imobiliários, ETFs e até mesmo BDRs, que permite aos investidores brasileiros adquirirem papeis de gigantes globais, como Nike, Tesla e Microsoft.
A maior diversificação está nos menores volumes financeiros investidos, mas quando olhamos a base de investidores com saldo de até R$ 10 mil, 26% possuem mais de cinco papéis em carteira e esse percentual de diversificação sobe para 50% quando consideramos patrimônio entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
Pesquisa realizada pela B3 também mostrou que a primeira aplicação feita na bolsa, para os estreantes, foi em ações (43%), Tesouro Direto (32%), CDB (15%), FII (13%) e outros fundos de investimentos (12%). E vocês já podem imaginar onde estava o dinheiro daqueles que responderam ter realocado investimentos para a bolsa, né? Boa parte tinha dinheiro na poupança.
Isso mostra, mais uma vez, a importância da diversificação de investimentos, levando em conta o seu perfil de investidor e seus objetivos de investimento para se chegar a uma rentabilidade ao custo de um risco controlado. E como aqui não tem certo ou errado, que tal saber um pouco sobre as opções disponíveis para cada objetivo e perfil de investidor, em uma divertida batalha dos investimentos?
Falar é fácil, mas como diversificar?
Hoje em dia o investidor tem acesso a muitas opções de investimento, com respostas e retornos diferentes a aspectos externos, sejam eles políticos, econômicos ou sociais. Então sempre avalie a liquidez, o risco e a rentabilidade, do produto na hora de investir.
Além de acompanhar as notícias sobre o mercado financeiro, você precisa conhecer as características do produto na sua carteira e se ele está aderente ao seu perfil de risco e objetivos para fazer os ajustes quando necessário e com a ajuda dos profissionais qualificados da sua corretora.
Um dos compromissos da B3, como infraestrutura de mercado, é oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos mais variados investidores. Queremos ser o ambiente em que a demanda encontre a oferta e que os negócios se concretizem. É dessa forma que estamos ajudando a viabilizar investimentos, expandir a economia e gerar empregos, fortalecendo nossa atuação dentro dos mercados financeiro e de capitais do Brasil e ajudando a nossa economia a crescer.
Um mercado de capitais mais forte é construído quando temos um investidor mais informado, que entende a importância da diversificação e que sabe que não existe conto de fadas que vai deixá-lo milionário num piscar de olhos. É preciso educação financeira, disciplina e uma gestão qualificada de portfólio. O cardápio, como vimos, é vasto, é diversificado e cada carteira é única, criada a partir dos objetivos e das necessidades de cada investidor.
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*Christianne Bariquelli é superintendente de Educação da B3. |
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