1- Comissão da Câmara convida ministro da Defesa para explicar não punição de Pazuello
Uma comissão da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um convite para que o ministro da Defesa, Braga Netto, preste esclarecimentos acerca da decisão da cúpula do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello por participar de uma manifestação política com o presidente Jair Bolsonaro, no último dia 23 de maio no Rio de Janeiro.
Inicialmente a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle tinha aprovado uma convocação de Braga Netto (quando a autoridade é obrigada a comparecer), mas o pedido foi transformado para um convite, quando a presença é facultativa. O Exército é uma das três Forças Armadas subordinadas ao ministro da Defesa.
Na semana passada, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, considerou que a presença de Pazuello no ato com Bolsonaro não configurou uma prática de transgressão disciplinar e decidiu arquivar o procedimento administrativo contra o colega, informou nota do Exército.
Pazuello tinha participado, ao lado de Bolsonaro, de evento com apoiadores e chegou a fazer discurso ao microfone. Regulamento disciplinar do Exército considera transgressão a manifestação de militares da ativa a respeito de assuntos de natureza político-partidária.
Em um sinal de tentar blindá-lo, Bolsonaro nomeou Pazuello secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, semanas após substituí-lo como ministro da Saúde durante uma onda mortal da Covid-19 no Brasil.
O evento com Bolsonaro ocorreu no fim de maio, pouco depois de depoimento do ex-ministro à CPI da Covid do Senado que apura a gestão federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, Estado mais atingido pela doença, além de possíveis irregularidades em repasses de recursos da União a entes federativos. Tanto Pazuello quanto Bolsonaro não utilizavam máscaras de proteção e havia concentração de apoiadores.
2- JBS pagou resgate de US$ 11 milhões em bitcoin após ciberataque
A JBS (JBSS3) pagou um resgate de US$ 11 milhões em bitcoin aos hackers que interromperam temporariamente o funcionamento de algumas de suas fábricas na semana passada, de acordo com o CEO da companhia nos Estados Unidos, Andre Nogueira.
Segundo o executivo, o pagamento visou proteger as instalações e limitar o impacto potencial do ataque cibernético sobre restaurantes, mercearias e fazendeiros que dependem da JBS.
O ataque à JBS fez parte de uma onda de ofensivas “ransomware”, em que os criminosos bloqueiam o acesso da empresa ao sistema infectado e cobram um resgate multimilionário para a liberação.
Nogueira disse que a JBS soube do ataque na manhã do dia 30 de maio, quando membros da equipe de tecnologia perceberam irregularidades no funcionamento de alguns servidores. Logo eles encontraram uma mensagem exigindo um resgate para recuperar o acesso ao sistema da empresa.
A JBS chamou fornecedores de tecnologia que já haviam trabalhado com a empresa, bem como especialistas em segurança cibernética e consultores que começaram a negociar com os invasores.
Na semana passada, o FBI atribuiu o ataque ao REvil, uma gangue criminosa de “ransomware”. Nogueira disse que a JBS e empresas externas estão conduzindo análises forenses de seus sistemas de tecnologia da informação e que ainda não está claro como os invasores acessaram os sistemas.
Nogueira disse que a empresa está confiante de que nenhum cliente, fornecedor ou dado de funcionário foi comprometido no ataque, com base em sua análise forense.
“Não pensamos que poderíamos correr esse tipo de risco de que algo pudesse dar errado em nosso processo de recuperação”, disse Nogueira sobre a decisão de pagar os invasores.
3- Barragem desativada da Vale em Mariana tem risco de ruptura, diz órgão trabalhista
Barragem da Vale (VALE3) chamada Xingu, na mina Alegria, em Mariana (MG), corre “grave e iminente risco de ruptura por liquefação“, afirmou nesta quarta-feira a Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais, responsável por interditar atividades da empresa no local.
A barragem, interditada desde março de 2020 pela Agência Nacional de Mineração (ANM), não recebe rejeitos de minério de ferro há mais de 20 anos, mas alguns trabalhadores ainda executam atividades no local, o que motivou a ação dos fiscais trabalhistas.
Um desastre de tal magnitude, segundo a superintendência, poderia causar um soterramento de trabalhadores na cidade já castigada por um rompimento de barragem da Samarco em 2015, com a morte de 19 pessoas.
Ao informar ao mercado impactos da interdição na última sexta-feira, como a paralisação da circulação de trens na região, a Vale não apontou os motivos apresentados pela superintendência. Por outro lado, alegou que não havia “risco iminente de ruptura” da estrutura, paralisada desde 1998.
Na nota desta quarta-feira, a superintendência pontuou que a medida ocorreu após ação fiscal, com pedidos de documentos em 27 de abril e inspeção presencial em 20 de maio. Para suspender a interdição, a empresa deverá adotar diversas medidas técnicas.
“A análise dos documentos apresentados pela própria empresa revela que a barragem Xingu não apresenta condições de estabilidade, com alguns fatores de segurança para situações não drenadas inferiores a 1,0, oferecendo risco significativo e iminente de ruptura”, disse a superintendência.
“Trata-se, portanto de situação de extrema gravidade que coloca em risco trabalhadores.”
A superintendência disse ainda que técnicos e engenheiros responsáveis pela barragem relataram que o rejeito lançado em Xingu não era drenado e era lançado de forma errática na estrutura.
“Como a disposição de material no reservatório não era controlada é possível que tenha corrido o lançamento de camadas de material mais granular intercalado de camadas de material fino (pouco drenante), criando, o que foi chamado na barragem B1 de Córrego do Feijão, lençóis freáticos empoleirados. Tal situação aumenta a pressão no barramento e pode explicar os elevados níveis piezométricos medidos na estrutura, mesmo com um reservatório seco”, afirmou.
A mineradora chegou a solicitar, em 27 de maio, uma suspensão parcial da interdição, o que foi negado.
4- Latam Airlines busca prorrogação de prazo para plano de reestruturação
A Latam Airlines, maior companhia aérea da América Latina, disse nesta quarta-feira que busca estender até setembro o prazo para apresentar seu plano de reestruturação como parte do processo de recuperação judicial iniciado em 2020.
A Latam pediu recuperação judicial nos Estados Unidos em maio do ano passado, afetada pelas medidas de isolamento social contra o coronavírus. Na época, foi a maior companhia aérea do mundo a realizar tal ação por causa da Covid-19.
Um juiz já havia ordenado que a empresa entregasse seu plano de reestruturação até o final de junho, e a companhia disse que espera encerrar o processo em 2021.
“O pedido de extensão é uma alternativa comum contemplada no processo e não modifica a intenção do grupo Latam de sair da recuperação judicial até o final deste ano”, disse a empresa em um comunicado.
No início desta quarta-feira, a Latam disse que espera aumentar suas operações em junho para 36% de seus níveis pré-pandemia, impulsionadas pelo ritmo de vacinação em alguns países da região.
“Todos os mercados mostram projeções superiores às do mês anterior”, disse a empresa em comunicado.
A Latam, com sede em Santiago, opera no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, além de destinos na América Latina, Europa, Estados Unidos e Caribe.
5- Anvisa autoriza pesquisa clínica da vacina Butanvac
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início da realização da pesquisa clínica da vacina Butanvac, do Instituto Butantan, para Covid-19.
Entretanto, antes de começar a fase de aplicação experimental da vacina em voluntários no Brasil, o Butantan precisará apresentar algumas informações complementares sobre testes em andamento com a vacina.
Conforme comunicado, esta será a primeira vez que a Butanvac será aplicada em humanos e por isso serão conduzidas as fases clínicas 1 e 2.
A anuência da pesquisa será publicada na quinta-feira no Diário Oficial da União.
No final de maio, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na CPI da Covid do Senado que, diante da expectativa de concluir rapidamente estudos clínicos da vacina ButanVac assim que houvesse autorização da Anvisa, seria possível disponibilizar ao menos 40 milhões de doses do imunizante no último trimestre deste ano.
Covas defendeu o uso do imunizante, principalmente a países pobres, por ter baixo custo e por integrar uma “segunda geração” de vacinas, além de poder incorporar novas variantes do coronavírus com facilidade.
O diretor do Butatan também já explicou que a ButanVac, que se baseia em uma tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, será 100% produzida no Brasil, sem necessidade de importação de insumos e em uma fábrica do instituto que já existe e que é responsável atualmente pela produção da vacina contra a gripe.
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(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)