Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a taxa média de juros no crédito livre passou de 29% ao ano em abril para 28,5% ao ano em maio, informou nesta segunda-feira (28) o Banco Central. Em maio de 2020, essa taxa estava em 29,9% ao ano.
Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 41,1% para 39,9% ao ano de abril para maio, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 14,7% para 14,6%.
Cheque especial
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 124,3% ao ano para 122,1% ao ano de abril para maio. No crédito pessoal, a taxa passou de 34,5% para 33% ao ano.
Desde julho de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em 6 de janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Revisões
Além da limitação do juro, os dados desta segunda-feira refletem uma revisão realizada na série histórica do BC. De acordo com a autarquia, os números passaram a considerar o fato de alguns bancos cobrarem juro no cheque especial apenas após dez dias de atraso no pagamento da fatura.
Antes, era considerado todo o período de atraso.
Esta mudança fez com que o nível do juro no cheque especial, na nova série histórica, fosse menor em anos anteriores.
Veículos
Os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros permaneceram em 21,3% ao ano de abril para maio.
Juros no crédito total
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 20,3% ao ano em abril para 19,9% ao ano em maio. Em maio de 2020, estava em 20,7%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,01 ponto porcentual em maio ante abril, aos 5,1% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread em operações de crédito apresentou retração. Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 22,4 pontos porcentuais em abril para 21,7 pontos porcentuais em maio, informou o Banco Central.
O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 34,1 pontos porcentuais para 32,7 no período . Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 8,7 para 8,4 pontos porcentuais.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.
O spread médio do crédito direcionado foi de 3,8 para 3,7 pontos porcentuais na passagem de abril para maio.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 15,0 para 14,5 pontos porcentuais no período.
Inadimplência
Em meio às dificuldades de famílias e empresas para fechar as contas, em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos passou de 2,9% para 3% de abril para maio, informou o Banco Central.
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 4% para 4,1% no período. No caso das empresas, a taxa seguiu em 1,7%.
A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) foi de 1,2% para 1,4% na passagem de abril para maio.
Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência passou de 2,2% para 2,3%.
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