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Economia

5 fatos para hoje: mais emprego, mas renda é menor; muda cálculo de dívidas

Rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 4,6% em apenas um trimestre.

indicador antecedente de emprego
REUTERS/Amanda Perobelli

1 – Mais emprego, mas com renda menor

O mercado de trabalho absorveu mais de 3 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em outubro, entre formais e informais, reduzindo a taxa de desemprego para 12,1% – ante 13,7% no trimestre até julho. No entanto, a renda média do trabalho desceu ao pior nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 4,6% em apenas um trimestre, R$ 117 a menos em relação ao recebido no trimestre encerrado em julho. Em relação ao trimestre encerrado em outubro do ano passado, a renda média encolheu 11,1% (R$ 307 a menos), para o piso histórico de R$ 2.449 mensais. Ou seja, há mais pessoas trabalhando, mas o salário está cada vez mais baixo, em função tanto da concorrência pelas vagas que surgem quanto pela inflação elevada que corrói o poder aquisitivo dos brasileiros que possuem algum tipo de remuneração.

“As pessoas trabalham mais, há mais trabalho na economia, mas com rendimento em processo de queda”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “A gente tem uma expansão significativa da ocupação que não é acompanhada por crescimento do rendimento.”

O recuo de 13,7% para 12,1% na taxa de desemprego do trimestre móvel até outubro reflete uma população ocupada (94,0 milhões) que está próxima do período de pré-pandemia (94,7 milhões), e deve ultrapassar esse nível na próxima leitura, afirma Adriana.

Apesar disso, o país ainda tinha 12,906 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em outubro. Se considerada toda a mão de obra subutilizada, faltou trabalho para 29,906 milhões de brasileiros.

2 – BC muda cálculo de endividamento de famílias

O Banco Central apresentou nesta terça-feira (28) sua nova metodologia para calcular o endividamento e o comprometimento de renda das famílias. Com essa alteração, o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro aumentou de 48,7%, em agosto, para 49,4% em setembro. Pela metodologia anterior, que será descontinuada, a taxa estava em 59,9% em agosto – recorde da série em vigor até então.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,6% em setembro pelo novo cálculo, ante 30,1% do mês anterior – estaria em 37% em agosto pela antiga metodologia.

O BC explicou que apresentou o conceito da chamada Renda Nacional Disponível Bruta das Famílias (RNDBF), uma nova medida de renda das famílias que aprimora e substitui a antiga medida de Massa Salarial Ampliada Disponível (MSAD), aproximando-se do conceito utilizado no Sistema de Contas Nacionais. Entre as principais diferenças em relação ao antigo modelo, de acordo com o BC, estão a inclusão de recursos recebidos extraordinariamente pelas famílias, como o saque emergencial do FGTS em 2019 e o auxílio emergencial recebido em 2020 e 2021, como parte das medidas para compensar a crise econômica derivada da pandemia de covid-19.

“As novas séries apresentam níveis inferiores aos das séries anteriores, em função do aumento dos seus novos denominadores, mas suas trajetórias no longo prazo permanecem essencialmente as mesmas – as trajetórias podem apresentar maior disparidade no comprometimento, que utiliza no denominador a média móvel trimestral do indicador de renda, enquanto no endividamento é utilizada a renda acumulada em 12 meses”, explicou o BC em nota.

3 – Covid-19: Brasil atinge marca de 320 milhões de vacinas aplicadas

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (28) que o Brasil atingiu a marca de 320 milhões de vacinas aplicadas contra a covid-19. Segundo a pasta, a ampla imunização da população gerou redução na quantidade dos casos de pessoas infectadas, de mortes e a ocupação de leitos de UTI.

Conforme os dados, 143 milhões de brasileiros estão com ciclo vacinal completo, 161 milhões estão imunizados com a primeira dose da vacina e 16 milhões receberam pelo menos uma dose de reforço. 

“Com o avanço da vacinação foi possível reduzir em mais de 90% o número de óbitos e o número de casos de covid-19, quando comparado ao pico da pandemia, em abril de 2021. Temos hoje, no Brasil, o menor número de óbitos por covid-19 desde abril de 2020”, destaca o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. 

Com a redução dos casos de covid-19, o governo federal definiu, no dia 20 deste mês, as regras para doação de vacinas para outros países, por meio do consórcio Covax. 

A produção nacional dos imunizantes da AstraZeneca é feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a partir da chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que também passou a ser feito no Brasil. As vacinas da Pfizer, com tecnologia de RNA mensageiro, também serão feitas em território nacional por meio do laboratório Eurofarma. 

“O Brasil deixará de ser um país importador de vacinas e será um país que produzirá vacinas”, completou o ministro.

4 – Brasil tem 171 mortes por covid-19 em 24h

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia chegou a 22.254.706, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (28). Em 24 horas, autoridades de saúde registraram 8.430 diagnósticos da doença.

O total de mortes causadas pela covid-19 chegou a 618.705. De segunda para terça, as secretarias estaduais e municipais de Saúde confirmaram mais 171 óbitos. Ainda há 2.824 mortes em investigação, mas esses dados ainda estão passíveis de atualização. Os dados de mortes em investigação ocorrem por haver casos em que o paciente morreu, mas a investigação da causa demanda exames posteriores.

5 – Com novo modelo de empréstimo, BNDES libera R$ 7 bi para o metrô

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu um empréstimo de R$ 7 bilhões para a Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, construída e operada por uma parceria público-privada (PPP) com o governo do Estado. O valor responde por 41% dos R$ 17 bilhões de investimentos na obra, iniciada em 2015, paralisada no ano seguinte e retomada em outubro de 2020, após o grupo espanhol Acciona assumir a PPP. A previsão é concluir as obras em 2025.

A operação de financiamento inclui um pool de dez bancos, entre nacionais, estrangeiros e organizações multinacionais. Procurada, a Acciona não fez comentários sobre o empréstimo. Segundo executivos do BNDES, a operação marca uma nova etapa no financiamento a obras de infraestrutura no país, usando práticas corriqueiras do setor nos países desenvolvidos.

O empréstimo para a Concessionária Linha Universidade, criada pela empresa espanhola para tocar a PPP, está no rol das dez maiores operações da história do BNDES, atrás dos R$ 23,4 bilhões concedidos à operadora da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, de alguns empréstimos para a Petrobras (PETR3, PETR4) investir em refinarias e gasodutos e dos financiamentos para as obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia.

A Linha 6-Laranja terá 15 estações, ligando Brasilândia, na zona norte, até a região da Liberdade, no centro expandido. A linha terá integração com as linhas 1-Azul e 4-Amarela, do Metrô, e 7-Rubi e 8-Diamante, da CPTM. A estimativa é que transportará 633 mil pessoas por dia.

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