Um levantamento do Censo QuintoAndar de Moradia em parceria com o Datafolha, divulgado nesta terça-feira (15), apontou que cerca de 87% dos brasileiros ainda possuem o sonho da casa própria. Além disso, a maior parte dos entrevistados também apontou que adquirir esse patrimônio é algo até mais importante que religião, filhos e casamento. O estudo foi antecipado ao InvestNews.
Segundo a pesquisa, em uma escala de 0 a 10, a nota média dada para a importância da casa própria ficou em 9.7, a mesma de profissão. Na sequência, vieram a estabilidade financeira, que registrou uma nota média de 9.6; família, com 9.4; plano de saúde, em 9.2; religião, com nota 9; negócio próprio, em 8.8; carro, com 8.5; filhos, em 7.9; e, por último, casar, com apenas 6.9.
Em entrevista ao InvestNews, Thiago Reis, gerente de comunicação de dados do QuintoAndar, comentou que os resultados da pesquisa surpreenderam bastante, principalmente pelo fato de que não era esperado o tamanho da “importância que o brasileiro dá para a casa própria, independentemente de faixa de renda, de região e de configuração familiar”.
Ele também explicou que o resultado do estudo pode contribuir com todo o ecossistema imobiliário e pode melhorar a oferta dos serviços. Segundo ele, é possível que a pesquisa seja refeita com ajustes no futuro.
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Quem mais sonha com a casa própria?
A pesquisa revelou que o desejo da casa própria é ainda mais expressivo entre os jovens de 21 a 24 anos, sendo que 91% dos entrevistados desta faixa etária revelaram ter o desejo de adquirir um imóvel. Entre os entrevistados de 25 a 34 anos, este percentual é de 90%; com entrevistados de 35 a 44 anos, 88%; dos 45 a 59 anos é de 86%, e no público com 60 anos ou mais, de 81%.
Em vista disso, a pesquisa concluiu que, conforme a idade e a renda (idealmente) aumentam, o sonho da casa própria diminui.
“Temos muito essa ideia de que as gerações mais velhas têm esse apego a ter um imóvel próprio, que as gerações mais novas, principalmente os mais jovens, são mais descolados e estão muito bem de aluguel… e a gente vê que isso não é muito a realidade do que mostrou a pesquisa”, pontuou o gerente.
Reis ainda acrescentou que “isso acende um alerta de que tem muita gente querendo imóvel e não só as pessoas mais velhas”. Portanto, pode-se dizer que o ecossistema imobiliário tendo conhecimento do seu público poderá ter mais chance de ser assertivo nas estratégias de negócio.
Além disso, o levantamento também apontou uma discrepância entre classes sociais. Dentre os entrevistados da classe A, 70% têm interesse na aquisição de um imóvel, enquanto que nas classes B,C e DE, estas porcentagens são maiores, de 80%, 88% e 92%, respectivamente.
Qual é o perfil de quem já possui imóvel próprio?
Conforme aponta o Censo QuintoAndar de Moradia, 70% dos entrevistados têm uma propriedade, sendo que 62% têm o imóvel quitado e 8%, financiado.
A pesquisa foi realizada com 3.186 brasileiros entre todas as regiões do país, sendo 24% deles de classe AB, 49% C e 27% DE. Além disso, a faixa etária dos respondentes foi de a partir de 21 anos. Vale ressaltar que a amostra pesquisada não reflete a realidade financeira e o hiato de oportunidades da população como um todo.
Quanto às pessoas que moram de aluguel, segundo a pesquisa, a porcentagem entre os entrevistados é de 27%, e das que vivem em imóveis cedidos ou emprestados é de 3%.
Além disso, 88% dos entrevistados relataram que moram em casas e 12% em apartamentos. Até mesmo entre as classes econômicas D e E, de rendas mais baixas, as casas prevalecem para 94% dos entrevistados. Já nas classes AB esse número diminui para 81%, e na C para 87%.
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